A Samsung admitiu que as falhas na produção que têm impactado a indústria de semicondutores e, por arrasto, uma série de outras indústrias, vai afetar o seu negócio já no próximo trimestre. A maior fabricante de smartphones do mundo e uma das maiores fabricantes globais de eletrónica de consumo - e também de microprocessadores  - está a analisar a possibilidade de saltar com a atualização do Galaxy Note para 2022. 

A informação, avançada pela Bloomberg, foi partilhada pelo co-CEO da empresa, Koh Dong-jin, durante a reunião anual de acionistas da Samsung em Seul, onde o responsável admitiu a existência de um “sério desequilíbrio" no mercado global de semicondutores. 

“Há um sério desequilíbrio entre a oferta e a procura de chips no sector das TI a nível global”, alertou o responsável da Samsung, deixando ainda assim uma mensagem de esperança aos acionistas, onde apontou os esforços que os executivos da empresa têm feito para “encontrar parceiros noutras regiões do globo e resolver o problema”

A escassez de chips tem sido um tema nos últimos meses e os alertas de que tende a prolongar-se ano fora não são novos. O aumento repentino e duradouro de produtos de eletrónica, exacerbado pela pandemia, restrições à produção e até o impacto de fenómenos meteorológicos extremos (a onda de frio nos Estados Unidos, por exemplo) criaram a “tempestade perfeita”. 

A primeira indústria a rever planos de produção e consequentemente de vendas foi a indústria automóvel, que segundo analistas (AlixPartners) este ano pode faturar menos 61 mil milhões de dólares, consequência da crise dos semicondutores. Mas à medida que o problema se prolonga, mais sectores começaram a ser afetados. Um analista da Samsung Securities, MS Hwang, antecipa à Bloomberg que a indústria de PC e televisores devem ser as próximas. 

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Esta é uma indústria onde cada fabricante se interliga com um conjunto de outros para ter acesso a todas as componentes que necessita para integrar um chip e onde um número reduzido de gigantes mundiais acabam por se encarregar do fabrico em massa de produtos concedidos por diferentes empresas. 

Por exemplo, empresas como a Samsung ou a TSMC fabricam os processadores Snapdragon, desenhados pela Qualcomm e usados por quase todos os fabricantes de dispositivos móveis de última geração (5G). No passado trimestre, a fábrica de Austin no Texas, uma das que a Samsung usa para produzir chips de rápido da Qualcomm para dentro e fora do mercado norte-americano, teve de parar a produção devido ao mau tempo. A nível global, estima-se que a escassez de chips tenha prejudicado as vendas de smartphones no último trimestre em cerca de 5%. No sector automóvel ainda esta semana a Volkswagen admitiu que teve de reduzir a produção mundial em 100 mil carros para acomodar as limitações.   

Voltando à Samsung, se a fabricante tiver de adiar o lançamento de um novo Note para 2022, está a rever o roadmap de um produto que nos últimos dois anos valeu 5% das vendas da companhia, segundo as contas da IDC. 

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