O cão-robot Digidog é a mais recente ferramenta de combate ao crime que está a ser testada pela polícia de Nova Iorque. Este pode ser utilizado em cenários de maior risco, tais como locais pouco iluminados, ou quando é necessário entrar num edifício ou apartamento com elevado grau de perigo.

O The New York Times descreve um cenário de um homem armado num apartamento que detém um refém. A abordagem da polícia pode ser perigosa tanto para os agentes, como o refém e o criminoso, e por isso é enviado o cão-robot. Este robot é descrito como sendo capaz de se deslocar rapidamente, estando equipado com câmaras, luzes e um sistema de comunicação que permite aos agentes ter noção do que se está a passar de forma remota. Como a máquina vê no escuro, pode verificar o nível de perigo para uma abordagem posterior dos agentes policiais.

Apesar da eficácia do Digidog, a sua utilização está a levantar receios sobre a privacidade dos cidadãos. Alexandria Ocasio-Cortez, congressista Democrata da Câmara dos Representantes por Nova Iorque, aponta o robot como um drone robótico de vigilância terrestre. Desafiou os seus seguidores a pensarem quando foi a última vez que a tecnologia de nova geração, de classe mundial, foi utilizada em educação, saúde ou na habitação, entre outras, em troca de outras prioridades consistentes que não servem as comunidades carenciadas, como este robot, afirma.

Por outro lado, a Polícia de Nova Iorque salienta que tem utilizado robots desde os anos 1970 para salvar vidas em cenários de reféns. “Este modelo de robot está a ser testado para avaliar as suas capacidades no uso pela nossa unidade de emergência e pelo esquadrão antibomba”, é salientando também no Twitter.

De recordar que desde junho de 2020, as leis de vigilância obrigam a polícia a ser mais transparente sobre as suas ferramentas tecnológicas. E isso inclui a utilização do Digidog, que está a ser acusado de ser pouco transparente. Há quem o aponte como tendencioso, potencial ferramenta de vigilância móvel, da sua capacidade de hacking e invasão de privacidade. Além disso, aumenta o receio sobre se este robot poderá ser emparelhado com outra tecnologia ou mesmo transformado em arma. Está assim a ser pedido uma maior transparência no uso do Digidog.