O Artigo 13 voltou a ser notícia, provavelmente com algum alarmismo exagerado, mas enquanto se espera a decisão pela reforma dos direitos de autor, a Nintendo envereda por um caminho inverso e passa a “desproteger” a sua propriedade intelectual. A Nintendo desde sempre foi contestada pelos criadores de conteúdos de plataformas como o YouTube por não permitir que os seus jogos, criados pelo estúdio, fossem monetizados pelos criadores. Ou seja, sempre que um youtuber colocasse um “let’s play” de jogos como Super Mario, The Legend of Zelda, Metroid, Arms ou Splatoon, automaticamente a plataforma cortava a monetização do respetivo criador e direcionava a mesma para a Nintendo, detentora dos direitos das propriedades.

A Nintendo era, talvez, a única editora que “barrava” a liberdade dos criadores, obrigando-os a registar-se num programa próprio da gigante nipónica, o Nintendo Creators Program. Neste sentido, todos os vídeos com os jogos “first party” da empresa eram monetizados pela Nintendo, que depois fazia chegar uma percentagem aos respetivos criadores. Algo que sempre foi contestado pelos criadores, que optavam simplesmente por não produzir vídeos, streams ou “séries” dos seus jogos.

Numa altura em que se preparam medidas mais “rígidas” para defender os direitos do autor, com o “fantasma” do Artigo 13 no ar, a Nintendo assume o compromisso com os seus fãs e junta-se a todas as outras editoras de videojogos que acreditam que a divulgação de conteúdos dos seus jogos acaba por ser bom para a empresa.

Assim, embora com as devidas regras de bom senso associadas, tais como só produzir conteúdos de jogos já lançados no mercado (para evitar fugas de embargos ou mesmo cópias piratas que cheguem primeiro ao mercado); ou não colocar gameplays puros – todos os vídeos têm de ser editados e trabalhados, como por exemplo, fazer comentários por cima da jogabilidade – podem ser submetidos ao YouTube sem qualquer “policiamento” da Nintendo.

A Nintendo afirma que o programa Nintendo Creators Program encerra no dia 6 de dezembro, e irá pagar o restante de receitas associadas pendentes ao programa até fevereiro de 2019.