“Somos engenheiros e não podemos evitar. Fazer diferente funciona melhor, dura mais, é melhor”. A frase pertence a um anúncio da Lenovo mas marca bem a postura da empresa nos últimos anos e da forma como tem encarado um mercado cada vez mais competitivo, onde a diferenciação é difícil e tem de ser feita pela inovação.

A nível mundial a Lenovo já conseguiu o segundo lugar no mercado de PCs, que está cada vez mais concentrado, e a herança da história e da experiência da IBM, cujo negócio adquiriu em 2005, são uma das bases que sustenta os números, aos quais tem sido adicionada inovação e serviço ao cliente. Alain Raison, diretor executivo para o mercado de PCs na EMEA, deixou bem vincada a ambição de crescimento da empresa, mas sobretudo de fazer diferente, mas melhor, respondendo às novas necessidades dos clientes de consumo e empresariais.

Durante um encontro de clientes e parceiros da Ibéria, que decorreu nos últimos dias em Malta, o executivo da Lenovo destacou a forma como a empresa conseguiu desenvolver a sua estratégia, juntando aquisições e desenvolvimento de negócio e alimentando marcas como o ThinkPad, que fez 25 anos, e a Yoga, reconhecida para os modelos convertíveis, mas também conquistando espaço na área de gaming, com a Legion.

Estas são as áreas onde a Lenovo vai continuar a investir, mas a ambição não se limita a estas marcas, alargando-se à Miix apresentada na IFA e também aos smartphones, com a Motorola, que está agora amais integrada na área de PCs depois da recente reformulação desta unidade de negócio.

Os resultados do quarto trimestre de 2017/18, que a Lenovo apresentou recentemente, foram bastante positivos, e a faturação alcançou os 10,6 mil milhões de dólares, com um crescimento de 11%, o primeiro crescimento de dois dígitos nos últimos 10 trimestres.

Na região da ibéria os números são também positivos. A Lenovo vendeu 14 milhões de PCs no último ano fiscal e cresceu 40% na área dos PCs mas Alberto Ruano, country manager da Iberia, garantiu que a empresa não quer viver de market share e prefere manter a sua quota de mercado mas crescer e ser uma companhia em que os clientes confiem.

A ambição é ser número 1 na Europa, mas em entrevista ao SAPO TEK Alain Raison não quis comprometer-se com nenhum prazo específico para isso acontecer. “É uma questão de tempo”, explicou, referindo que com a forma como o mercado evolui é difícil de prever.

Batalha de preços no consumo

As vendas de computadores da Lenovo estão muito equilibradas entre a área de consumo e as empresas, com 55/45%, respetivamente, e Alain Raison admite que o fraco crescimento do mercado na Europa, que afeta sobretudo o segmento de consumo, é uma preocupação.

Em entrevista ao SAPO TEK explica que só é possível ultrapassar esta limitação com inovação, e garante que as pessoas estão dispostas a pagar mais por um PC premium. “As pessoas já mostraram que estão dispostas a investir na qualidade pagando mais pelos smartphones e o mesmo se passa com os PCs”, explica. Nas opções está um bom device, com material de qualidade, mais fino e leve, com uma moldura mais estreita no ecrã, e é este o caminho dos modelos mais recentes da marca.

Na área de gaming, onde a Lenovo estreou o Legion “os resultados estão a ser bons” explica, lembrando que havia algumas marcas já especializadas em gaming mas que a Lenovo mostrou ter capacidade, qualidade e design, desafiando mesmo alguns estereótipos depois de ter avaliado as preferências dos clientes. E Alain Raison dá como exemplo as luzes vermelhas nos teclados.

“Criar um PC não é difícil. O que importa é o que as pessoas fazem com ele e o que o torna diferente”, sublinha o executivo.

A transformação da forma como as pessoas trabalham é um dos focos importantes na definição da estratégia da Lenovo e Alain Raison lembra que à medida que as novas gerações entram no mercado de trabalho há novas exigências, e que os millennials privilegiam os equipamentos flexíveis e a possibilidade de trabalhar em qualquer lado.

“As empresas também estão a transformar-se e há cada vez menos espaços para trabalho de secretária e mais salas de reuniões onde as equipas trabalham de forma colaborativa”, explica. Por isso a Lenovo está também a desenvolver computadores mais pequenos, em portáteis e desktops que possam ser partilhados, com os modelos ThinkCenter Tiny, que vão ser renovados para ocupar ainda menos espaço. E para tornar o escritório mais inteligente a Lenovo tem ainda o ThinkSmart Hub 500, que facilita a ligação dos utilizadores a projetores numa reunião.

Para refrescar o portfólio a empresa vai ter novidades na IFA, em setembro, mas Alain Raison aponta já o caminho: alargar presença em todos os formatos, incluindo ultraslime eventualmente destacáveis e conversíveis; fazer chegar ao consumo portáteis mais leves, com um design mais elegante e mais modernos; melhorar as specs com uma gama mais alargada de performance; contrariar a concorrência com melhor proposta de valor em vez de concorrência por preço.

Alain Raison destacou também a importância da aposta da Lenovo na realidade aumentada e realidade virtual, que “está ainda a começar a dar os primeiros passos mas vai evoluir rapidamente”. As soluções Mirage Solo com os óculos Daydream e um novo Smart Display com o Google Assistant integrado são algumas das opções da empresa, que já tem os óculos Explorer Mixed Reality e o Star Wards Jedi Challenge.

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