O projeto Achilles foi anunciado por um consórcio europeu composto por 16 organizações líderes tecnológicas, que pretende remodelar o futuro da inteligência artificial. O projeto, financiado pela União Europeia ao abrigo do programa Horizon Europe no valor de 8 milhões de dólares, pretende tornar a IA mais leve, clara e segura. Para isso, o projeto tem como objetivo resolver os seus calcanhares de Aquiles: a eficiência e confiança.

O projeto procura ultrapassar as principais fraquezas da tecnologia da inteligência artificial, naquela que diz ser uma abordagem moderna. Ao estar mais integrado na vida das pessoas, abrem-se cada vez mais preocupações sobre a transparência, utilização ética e também o consumo energético. A quantidade de água necessária para manter os servidores arrefecidos e a energia que os supercomputadores consomem são preocupações constantes ligadas à sustentabilidade da inteligência artificial.

É nesse sentido que o projeto Achilles pretende fazer a diferença e superar esses desafios. Como é explicado, avança com abordagens inovadoras e suporte ao desenvolvimento de sistemas de IA que são mais leves, ou seja, mais sustentáveis e eficientes; claros, ao serem transparentes e fáceis de compreender; e seguros, com princípios robustos num cumprimento da lei e ética. A visão do projeto é permitir que a IA se desenvolva para ser não apenas mais rápida e eficaz, mas também sustentável, transparente e ligada aos valores humanos.

A coordenação do projeto está a ser feita pela Fraunhofer Portugal AICOS e segundo André Carreiro, investigador e coordenador, no coração do Achilles encontra-se um ciclo de desenvolvimento inspirado pelos bons aspetos dos testes clínicos, compostos por quatro módulos principais: metodologias centradas no humano, operações de dados, estratégias de modelos e otimizações de implementação.

Ao implementar uma abordagem centrada no humano, é preciso que o sistema seja construído com transparência e capacidade de explicar. O projeto está também alinhado com os princípios éticos, legais e compromisso à transparência da União Europeia, tanto a nível técnico-científico, como políticos. Esse serão os pontos de desenvolvimento num balanço entre a inovação com a responsabilidade.