Não pense nos chips de processamento da forma tradicional, em que os técnicos de informática tentavam encontrar as melhores configurações entre as propostas da Intel, AMD ou NVidia. A inteligência artificial e os sistemas de machine learning obrigaram as grandes tecnológicas a repensar o processamento, retirando a responsabilidade ao hardware introduzido pelos computadores, para a nova geração de computorização em nuvem.

Nesse sentido, novas empresas, algumas improváveis, surgem no mercado com tecnologias focadas no processamento de dados, tal como lista a Ars Technica. A Intel vai entrar no mercado através da aquisição da startup Nervana Systems e a Movidius dedicada ao processamento de IA de imagem. A Microsoft continua a refinar o seu sistema de “realidade mista” HoloLens suportado por um processador de inteligência artificial proprietário que poderá ser introduzido noutros aparelhos.

Do lado da Google, a empresa continua a melhorar a sua plataforma de computação em nuvem para alimentar as suas apps suportadas por IA. Nesse sentido tem um chip denominado por Tensor Processing Unit, capaz de correr a 45 teraflops que pode ser agrupado para uma maior capacidade de processamento. Também a Amazon pretende trabalhar num chip de IA para suportar o seu assistente Alexa.

Para os lados de Cupertino, a Apple recentemente contratou engenheiros à Google para desenvolver um processador de AI denominado por Neural Engine para aumentar o potencial do seu assistente Siri e o sistema de reconhecimento facial FaceID.

Mas a lista de tecnológicas a desenvolver processadores continua com a ARM Holdings, que desenvolveu dois chips dedicados ao reconhecimento de imagem, o processador ARM Machine Learning e o ARM Object Detection. A IBM também está a desenvolver o seu processador de IA, o Power9, até porque o seu sistema Watson tem sido cada vez mais requisitado, e como tal, desenvolveu também uma parceria com a NVidia para o licenciamento do NVLink, um supercomputador alimentado por processadores gráficos (GPU) capaz de gerir 100 petaflops de computação.

Se as grandes empresas tecnológicas estão empenhadas a disputar a “guerra” dos processamentos de IA, o The New York Times refere estão pelo menos 45 empresas a desenvolver novos chips.

O avanço e complexidade das aplicações para os dispositivos móveis, sobretudo as relacionadas com funcionalidades de IoT e inteligência artificial requerem um elevado nível de processamento, que não devem estar dependentes da infraestrutura limitada dos equipamentos. Esta pode ser uma das razões do “fenómeno”, segundo procura explicar a Ars Technica.

A inteligência artificial e os sistemas de machine learning são “monstros” que necessitam ser alimentados, sobretudo o reconhecimento facial, e mesmo os sistemas de IA para os veículos autónomos necessitam de constante processamento para determinarem o caminho e a conjugação de tudo o que está ao seu redor. Outro detalhe abordado é que nem todos os processadores executam as mesmas tarefas: uns dedicam-se à inteligência visual, outros ao processamento gráfico, Big Data, machine learning, e outras finalidades essenciais às respetivas áreas.

A necessidade de especialização de uma área é, possivelmente, a maior justificação para haver tantos fabricantes a desenvolver a sua própria tecnologia de processamento dedicado à inteligência artificial. Há também muito software que permanece em “stand by” à espera de que os processadores cheguem à maturidade necessária para que corram com a rapidez e eficácia necessária.