A Alphabet, casa-mãe da Google, advertiu os seus funcionários para não partilharem informação confidencial com chatbots, incluindo com o ChatGPT, mas também com o próprio Bard.

De acordo com informação a que a Reuters teve acesso, o aviso enquadra-se na política de segurança de informação da Alphabet. Além do risco de serem lidos por colaboradores humanos durante processos de revisão, os dados confidenciais partilhados podem acabar por ser “absorvidos” pelos modelos de IA na base dos chatbots e reproduzidos em conversas com utilizadores.

A casa-mãe da Google também alertou os seus engenheiros para não usarem código gerado por chatbots. Em resposta à agência noticiosa, a empresa afirma que, embora o Bard possa ajudar os programadores, há a possibilidade de o chatbot fazer sugestões que não sejam adequadas.

Para lá dos alertas para os seus colaboradores, no início de junho, a Google atualizou o aviso de privacidade deixado aos utilizadores do Bard, indicando que não devem incluir informação que os possa identificar, ou a outras pessoas, nas conversas com o chatbot.

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Antes do lançamento oficial do Bard, a Google tinha indicado aos colaboradores que estavam a testar o chatbot para não incluírem informação interna durante as conversas, avançou o website Insider em fevereiro.

Recorde-se que durante o último Google I/O, a gigante de Mountain View anunciou que 180 países passariam a ter acesso direto ao Bard. No entanto, China, Hong Kong, Canadá e os países da União Europeia não fazem parte da lista de territórios onde o chatbot está disponível, levando à popularidade do uso de VPNs para contornar as restrições.

Ainda esta semana, o website Politico tinha avançado que a Google foi forçada a atrasar o lançamento do Bard na UE. Em questão estão preocupações acerca do impacto do chatbot na privacidade dos utilizadores, levantadas pela Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC, na sigla em inglês). Em declarações à Reuters, a Google afirma que está em “conversações detalhadas” com a DPC de modo a dar resposta às preocupações da entidade reguladora.