A acusação foi feita ontem, numa conferência, por Christopher Wray, diretor do FBI, que afirmou que este foi um dos ciberataques mais desprezíveis" que viu na sua carreira profissional.

A CNN avança que o ataque aconteceu em junho de 2021 e que os hackers recorreram a software da Fortinet, uma empresa com sede na Califórnia, para conseguirem ter acesso e controlar o sistema informático do hospital.

"No verão de 2021, hackers patrocinados pelo Governo do Irão tentaram cometer um dos ataques mais desprezíveis que já vi, mesmo aqui em Boston, onde decidiram atacar o Hospital Infantil de Boston", explicou o diretor do FBI. A organização terá conseguido impedir o ciberataque antes que este tivesse efeitos negativos na unidade hospitalar.

Segundo dados da empresa Recorded Future, foram registados 134 incidentes de ransomware ligados a organizações de saúde em 2021, um número que creceu face a 2020. O Hospital Infantil de Boston foi um dos que surgiu nos alertas em novembro quando o FBI e outras agências emitiram avisos de ataques de hackers patrocinados pelo Irão que estariam a atacar empresas de transporte e da área da saúde.

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O ataque foi usado como exemplo da forma como os ciberataques podem ser usados como retaliação aos Estados Unidos relativamente a sanções impostas a países como o Irão, Rússia, China ou Coreia do Norte. Christopher Wray defende que os Estados Unidos não podem baixar a guarda face a estes países e concentrar-se apenas na Rússia, que também levou a cabo uma série de ciberataques contra a Ucrânia antes mesmo da invasão militar.

Recorde-se que já depois da invasão o presidente Joe Biden alertou várias vezes para o perigo de ciberataques contra alvos norte americanos e que a proteção informática foi reforçada.

Também Christopher Wray admitiu que neste momento o FBI está em "modo de combate" desde o início do conflito russo-ucraniano, a  24 de fevereiro, com um posto de comando focado neste tipo de ataques.

"Vemos que o Governo russo tomou certas medidas preparatórias para fazer ataques potencialmente destrutivos, tanto aqui como no estrangeiro", admitiu Christopher Wray.

O diretor do FBI avisou que os russos poderiam recorrer aos mesmos métodos que usam para recolher informações para realizar um ataque informático. "Antecipamos que as suas atividades cibernéticas vão tornar-se mais destrutivas, enquanto a guerra não estiver a correr bem", acrescentou.