A segunda edição do Indie X “migrou” para o Moche XL Games World, mas a missão de dar a conhecer e distinguir os melhores jogos indie não mudou. Durante os dias 14 e 17 de novembro, o festival vai, não só apresentar uma montra nacional e internacional de produções independentes, mas vai contar também com algumas novidades.

Da exposição no evento organizado pela e2Tech fazem parte 50 projetos escolhidos entre cerca de 200 candidaturas de todo o mundo. Tal como indicou Ricardo Correia, responsável pelo Indie X ao SAPO TEK, 2019 “foi possivelmente o ano em que foi mais difícil escolher finalistas”. “O público que se deslocar ao Moche XL Games World vai perceber que o nível de qualidade subiu muito”, acrescenta.

Os projetos finais nacionais, em especial, surpreenderam não só pelo seu número de candidaturas, contando ao todo com 63, mas também pela sua qualidade. Segundo Ricardo Correia, “um comentário que muitas pessoas me fizeram quando viram os trailers de revelação dos finalistas, os quais não indicam de que país é que são, é que estas não conseguiam perceber quais eram os jogos portugueses”. Para o responsável, este "é um dos melhores elogios que podemos fazer”, pois é um sinal de que os criadores estão a crescer e a evoluir cada vez mais.

A diversidade reina entre as propostas apresentadas pelos finalistas e, de acordo com o responsável pelo festival, não é possível “dizer que há um género definido: apresentando projetos que vão desde títulos de terror a jogos de plataformas. “Tentamos também manter esta curadoria com um “chapéu” aberto daquilo que é o desenvolvimento de jogos, acrescenta.

Clique na galeria para conhecer algumas das propostas dos finalistas do Indie X 2019.

Entre os finalistas, estão em exposição projetos que estão pela primeira vez no festival, assim como alguns que já cá estiveram, à semelhança da equipa da Biga Forti Games, com o seu título Prism Seekers, a qual é finalista na quinta edição dos Prémios PlayStation Talents.

Embora a recém-formada a Prime Cut Games, a qual apresentou um “action adventure game num mundo eslávico”, esteja a estrear-se no Indie X, um dos seus membros já é “repetente”. João Almada, por exemplo, indicou ao SAPO TEK que já tinha estado no festival com um projeto de realidade virtual.

A Digitality Studios, a criadora do “A Horde Too Many”, também já tinha participado na altura em que o evento se chamava Indie Dome. A equipa está a desenvolver o survival RPG” onde o jogador explora um mundo pós-apocalíptico com uma equipa de sobreviventes, tal como indicou Luís Nogueira.

Já nos “estreantes” é possível encontrar equipas como a Guntler, com o seu “Sector Alpha”  na área dos arcade space shoote ou a Rain Drop Interactive com “Kiki & Bobo”, um 3D platformer cooperativo.

Uma das novidades da edição deste ano é, como indicou o responsável pelo festival, “um sonho” que a organização tinha já há algum tempo. No palco do Indie X estarão presentes não só universidades e escolas nacionais que apresentarão aos criadores e às editoras os seus projetos inovadores, mas também “talks” de programadores de videojogos, assim como os vencedores da edição de 2018.

De um “teste” para um festival internacional

“O Indie X nasceu de uma forma curiosa”, indicou Ricardo Correia ao SAPO TEK. De um teste experimental na banca da Rubber Chicken no Lisboa Games Week em 2015, a ideia de criar um “dos maiores festivais de jogos independentes da europa” tornou-se, no ano seguinte, no Indie Dome. Em 2018, este mudou não só o seu nome para o atual, mas introduziu também uma grande mudança: um prémio de investimento de 5.000 euros para ajudar os criadores do melhor projeto exposto a desenvolver o seu projeto.

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O “divórcio” entre a e2Tech e a FIL, que outrora organizavam o Lisboa Games Week em conjunto faz surgir mais uma transformação, desta vez a “migração” para o Moche XL Games World. Segundo indicou Ricardo Correia, a decisão relacionou-se com a ligação entre o festival e a e2Tech, a qual “acabou por dar um apoio desde o primeiro dia”.

tek xl games world
O júri do Indie X vai avaliar o melhor jogo, que ganhará 5.000 euros.

O tempo trouxe algumas mudanças de nome e de “casa”, mas o festival manteve a sua missão de “demonstrar que o mercado é realmente global” e de “interligar, no mesmo espaço, jogos portugueses e jogos internacionais”, nas palavras de Ricardo Correia. Outro dos objetivos que esteve presente é o de dar a conhecer ao público e ao “tecido de desenvolvimento em Portugal” que “nós não estamos assim tão distantes”, indicou ao SAPO TEK.

Para lá de Portugal, o festival está a começar a ter cada vez mais perceção no “universo” dos videojogos internacionais. De acordo com o seu responsável, tal nota-se na presença de editoras internacionais de jogos Indie que vêm ao Indie X fazer “scouting” e de Rami Ismail, nas palavras de Ricardo Correia, o “criador holandês que tem corrido o mundo a impulsionar comunidades de desenvolvimento independente”, como presidente do júri.

SAPO TEK e SAPO Desporto no Moche XL Games World

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