O design tranaparente, embora com os principais componentes cobertos, é a primeira coisa que chama a atenção no novo Phone (1) da Nothing que acaba de ser anunciado. O SAPO TEK teve acesso antecipado à informação, mas ainda não ao equipamento, e entrevistou David  Sanmartín, responsável para a Europa do Sul e Este da Nothing, que adiantou detalhes da estratégia da empresa.

Um sistema operativo "afinado" para ser mais fácil de utilizar, o interface Glyph e a utilização de um sistema de câmara duplo de 50 MP e com sensor Sony IMX766 são alguns dos destaques do smartphone que tem um ecrã OLED de 120 Hz e integram um processador Snapdragon com o chipset  778G+.

David  Sanmartín admitiu ao SAPO TEK que as especificações não são a principal preocupação da Nothing, mas sim a experiência do utilizador, e foi nisso que a empresa se centrou. "Não vamos entrar em guerras de especificações, adiantou, sublinhando que muitas marcas acabam por adicionar mais MP ou outras características técnicas que não acrescentam nada à funcionalidade do equipamento.

 David Sanmartín, responsável para a Europa do Sul e Este da Nothing em entrevista ao SAPO TEK
David Sanmartín, responsável para a Europa do Sul e Este da Nothing em entrevista ao SAPO TEK

No caso do Phone (1) tudo foi pensado para ter uma função específica, até o design transparente que é usado para optimizar a comunicação e fazer com que o utilizador recorra menos ao uso do ecrã. Há 900 leds dispostos no chassi do equipamento para apresentar padrões de luz que indicam que está a ligar, mostram sinais de notificações ou o estado de carregamento da bateria.

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Por fora há alumínio reciclado e os componentes de plástico são também reciclados, uma opção de sustentabilidade que a empresa quer sublinhar, mas o vidro Gorilla Glass 5 traz mais resistência ao equipamento.

Para conseguir um melhor desempenho a Nothing trabalhou com a Qualcomm, que é um parceiro também para o desenvolvimento de novas iniciativas de produtos ligados ao ecossistema da Nothing.

Escolhas polémicas mas sustentadas

A empresa assume que a escolha de alguns componentes pode ser polémica, mas que foi uma opção clara. A utilização de um sistema duplo de câmara é uma das mais apontadas como um desapontamento, mas David Sanmartin defendeu em entrevista ao SAPO TEK que com o sistema suplo com sensor da Sony a qualidade das imagens é muito satisfatória.

O sensor Sony IMX766 é um dos mais avançados no mercado e a câmara principal tem 50 MP, uma abertura de ƒ/1.8 e estabilização de imagem que garante fotos com maior qualidade. "As funcionalidades inteligentes do modo noturno e deteção de cenas foram pensadas para conseguir o melhor em cada frame, sem grande esforço", explica. As imagens brilham mais no ecrã OLED HDR10+ de 6,55 polegadas.

Também a câmara tira partido do interface Glyph para ser usado como iluminador em fotografias de proximidade, sem o brilho excessivo do flash e maximizando a utilização dos Leds, que acaba por dispensar o uso de um anel de luz externo.

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O chipset é um Qualcomm Snapdragon 778G+, desenhado para a Nothing para incluir carregamento wireless e reverse charging, e que suporta também 5G e um Game Mode.

A utilização de uma skin do Android desenvolvida especialmente para a Nothing é outro dos pontos destacados pela empresa. O Nothing OS quer garantir que não há bloatware e que o sistema operativo tem o melhor desempenho e uma experiência fluída. A acompanhar o design há widgets específicos, fontes, sons e papeis de parede desenhados especialmente para manter a experiência.

"É uma experiência retro mas inovadora", defende o co-fundador ao SAPO TEK, apesar de se mostrar divertido com os pequenos toques que recuperam conceitos e sons das máquinas de gaming e dos computadores originais dos anos 80 e 90.

Mais relevante é a abertura do sistema operativo ao ecossistema de outros dispositivos ligados, sejam eles da Nothing ou não. A ideia é que qualquer equipamento inteligente possa rapidamente estar acessível através de widgets no smartphone, e para além dos auriculares ear (1) já há um sistema de controle rápido para carros Tesla que permite abrir portas, ligar o ar condicionado ou consultar os quilómetros percorridos.

Uma última nota para a bateria, que tem carregamento rápido e wireless, com possibilidade de carregar outros dispositivos a 5W. Mais uma vez a Nothing tirou partido do interface Glyph e quando carrega os auriculares ear (1) a traseira do smartphone ilumina-se. Há ainda um indicador para o estado de carga da bateria, que é feito com o uso de leds na traseira do Phone (1) junto ao cabo USB.

Nothing Phone (1) a carregar os ear (1)
Nothing Phone (1) a carregar os ear (1) créditos: Nothing

O smartphone vai estar disponível em branco e preto, transparente, e há três opções de memória RAM e armazenamento: 8 GB e 128 GB de armazenamento, 8GB e 256 GB e 12 GB de RAM e 256 GB de espaço de armazenamento, que é a versão mais artilhada. Os preços começam nos 499 euros e chegam aos 579 para quem quer mais memória e espaço para guardar fotografias e ficheiros.

As vendas começam a 21 de julho em mais de 40 países e regiões. Em Portugal já tinha sido anunciada a parceria com a PC Diga e os telemóveis da Nothing vão estar também à venda na FNAC e na Worten, em loja e online.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação e imagens. Última atualização 17h32