Os resultados de uma investigação da Consumer Reports revelam que a utilização de trotinetes elétricas nos Estados Unidos já resultou em 1.542 feridos desde o final de 2017, altura em que as apps que promovem o meio de deslocação começaram a ser populares naquele país.

Para fazer as contas, a organização norte-americana - ao género da portuguesa DECO - contactou hospitais e departamentos de polícia em 47 cidades dos EUA onde existem trotinetas de aluguer de pelo menos uma das maiores empresas do ramo, a Bird ou a Lime, tentando apurar o número de ocorrências e atendimentos feitos.

Contusões, fraturas do nariz e do antebraço representam os ferimentos mais frequentes, em alguns casos a precisarem de cirurgia.

Os especialistas médicos mostram-se preocupados com a falta de utilização de proteção, nomeadamente de capacetes. Sem quadro jurídico vinculativo, a maior parte dos norte-americanos que usa o novo meio de transporte parece não ser grande fã dos “acessórios”.

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A Associação Médica Americana recomenda o uso de equipamento de proteção completo, “incluindo capacetes, cotoveleiras e joelheiras certificados e sapatos fechados. Os utilizadores devem tomar as medidas de segurança apropriadas para evitar lesões", referiu em declarações à Consumer Reports.

Em dezembro a associação tinha revelado os resultados de um estudo que alertava para o aumento dos acidentes com trotinetes elétricas, que já seriam superiores aos acidentes a pé ou com bicicletas. A principal causa apontada era o desrespeito pelas normas de segurança, sobretudo a falta de uso de capacete.

Portugal não é exceção no êxito que este tipo de plataformas tem alcançado nos países onde estão disponíveis. Uma fiscalização policial recente, que envolveu também bicicletas, além das trotinetes, resultou na detenção de 12 pessoas - seis por excesso de álcool.

Em comunicado, a PSP adiantou à Lusa que foram levantados 528 autos de contraordenação e registadas 618 outras infrações, num total de 1.472 bicicletas e trotinete fiscalizadas.

Com a operação, denominada “Risco Mínimo”, pretendeu-se prevenir e diminuir os acidentes rodoviários, bem como “combater o sentimento de impunidade e incutir o respeito pelos normativos legais”.

Isto depois de a PSP ter registado um ligeiro aumento do número de acidentes rodoviários envolvendo bicicletas e trotinetes em 2018, que totalizaram 1.180, mais 54 do que em 2017. Duas pessoas morreram no ano passado em consequência de acidentes com estes meios de transporte (menos uma do que em 2017), 40 ficaram gravemente feridas (menos 12) e 908 sofreram ferimentos ligeiros (menos sete).

Os portugueses têm à disposição várias plataformas mobile de partilha de trotinetes, entre elas a Lime, a Hive e a VOI. Esta última acaba de anunciar a chegada à cidade de Faro.