Vamos fazer um exercício: pense no que são as características de um ultraportátil que “enche as medidas” de um power user, que privilegia a mobilidade mas não quer abdicar de uma boa performance. Já está? Vamos adivinhar: bateria de mais de 6 a 8 horas, peso abaixo dos 1,5 kg, ecrã de dimensão a rondar as 13 polegadas, Full HD e de preferência sensível ao toque, conetividade fácil sem exigir trazer sempre consigo adaptadores e possibilidade de carregamento rápido. Esta é a nossa lista e o novo MateBook X Pro da Huawei responde de forma eficiente a cada um dos pontos.

O ultrabook chega hoje ao mercado português depois de ter sido anunciado no MWC em março deste ano  e vem desafiar as marcas já instaladas no segmento. Falamos de uma Asus, da Lenovo, Dell e HP, mas também da Apple, com os MacBook Air e Pro.

A experiência muito curta que tivemos com o MateBook X Pro em Barcelona permitiu perceber que a Huawei não tendo tradição neste mercado usou todos os trunfos e saltou etapas que outras marcas tiveram de percorrer, e nos últimos dias uma utilização mais intensa confirmou as primeiras impressões.

Huawei lança negócio de PCs em Portugal com MateBook X Pro (e já tem outros modelos no calendário)
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O MateBook X Pro é o topo de gama de uma linha ainda curta de portáteis com a marca Huawei, que tem para além dos X a linha D e E, e não desilude na qualidade dos materiais utilizados e nos acabamentos perfeitos, mas também consegue os melhores resultados no desempenho, sobretudo para quem procura um portátil para tarefas de produtividade mais “normais” com uma capacidade de duração de bateria invejável.

Por dentro do MateBook X Pro

Com um processador Intel Core i7 de última geração, 8 GB de RAM e disco SSD de 512GB, tudo o que está dentro do chassi do MateBook X Pro foi feito para fazer “voar” as principais aplicações, desde o browser ao multimédia, passando pelos jogos. No pouco tempo que tivemos fizemos alguns testes com várias aplicações que se portaram à altura das exigências, ajudadas pela placa gráfica Geforce MX150 da NVidia.

Com um design de unibody de alumínio escovado, o portátil tem uma aparência de luxo e um toque agradável, mas para quem transporta o computador entre muitas reuniões e conferências, o principal ponto de destaque é o peso, de 1,33 Kg que fica uns gramas abaixo do MacBook Air, com 1,35 gramas. No ponto mais fino tem apenas 4,9 mm de espessura, e na zona traseira chega aos 14,6 mm, o que é suficiente para encaixar uma porta USB 3.0 que faz falta noutros ultraportáteis do mercado, uma USB C e uma Thunderbolt. Um extensor de portas está também incluído no "pacote".

Tudo isto faz deste modelo um equipamento de mobilidade à prova  dos dias mais intensos, fácil de encaixar em qualquer mala ou mesmo de transportar na mão sem dificuldades.

Atenção aos pormenores

Com o mesmo preciosismo que já nos habituou nos smartphones, a Huawei pensou em todos os pormenores neste portátil. A base do chassi tem um recorte junto do touchpad que à primeira vista parece estranho mas que tem uma excelente razão de ser: é por aqui que a diferença de nível permite abrir mais facilmente a tampa, sem precisar de duas mãos como acontece com a maioria dos ultraportáteis (uma para segurar a base e outra para levantar a tampa).

O botão para ligar o computador está logo acima do teclado, e é também o sensor de impressão digital, funcionando de forma perfeita para “acordar” o portátil e fazer imediatamente a autenticação. E ainda por cima é bastante rápido. Esta combinação é bastante interessante porque noutros modelos com leitor de impressão digital as marcas acabam sempre por separar os dois momentos: ligar e autenticar, e o MateBook X Pro é  primeiro portátil que testamos com esta capacidade, que esperamos sirva de (bom) exemplo a outras fabricantes.

E o pormenor que nos fascinou logo no anúncio continua a captar a atenção: a câmara de vídeo foi retirada do topo do ecrã e está agora integrada no teclado, entre as teclas f6 e f7, bastando carregar para a ativar. É bonito, tem uma vantagem de segurança porque só é ligada quando o utilizador quer, mas tem um defeito: o ângulo não é nada lisonjeiro para quem está a fazer videochamadas. E se estiver a escrever ao mesmo tempo é ainda pior, já que as mãos sobre o teclado destacam-se e parecem gigantescas e ameaçadoras.

Provavelmente é um pormenor a melhorar nos próximos modelos, até porque na longa procura da selfie perfeita a Huawei sabe bem quais são os ângulos de câmara que mais favorecem a imagem… Uma solução é manter-se mais longe do computador, mas não pode ter a tentação de escrever.

Apesar deste “pequeno/grande” pormenor, é muito bem vinda a capacidade que a retirada da câmara do ecrã traz no aproveitamento quase integral da tela, com uma moldura mínima, mas aqui o notch poderia ter sido uma outra opção aceitável.

O teclado é bastante simpático para quem tecla muito, as teclas são retro iluminadas e à prova de derrames e migalhas intrusas. O trackpad é bastante grande e bastante funcional, com uma boa deteção de toques inadvertidos com a palma da mão, mas a verdade é que rapidamente dispensámos a utilização do trackpad para recorrer com mais frequência ao uso do touchscreen. Não sou grande fã dos ecrãs de toque, mas para algumas coisas é interessante, embora em tarefas mais sensíveis o uso dos dedos diretamente no ecrã resulte em pouca funcionalidade, por serem pouco precisos.

Uma nota adicional para a qualidade de som. Há quatro altifalantes stereo com suporte a Dolby Atmos, e nota-se bem que o som consegue ter um volume impressionante para um equipamento desta dimensão, com nuances interessantes quando toca música ou vídeos, o que foi uma boa companhia na sessão de binge-watching que fizemos na última noite para esgotar a bateria. Também os microfones estão colocados de forma a potenciar as comunicações de videoconferência, diretamente sob o teclado.

Um ecrã de luxo

Já tínhamos referido o ecrã mas voltamos a este elemento porque vale a pena. Com 13,9 polegadas, o ecrã IPS tem uma moldura das mais finas do segmento, com apenas 4,4 milímetros, o que ajuda a reduzir a dimensão total do portátil. A Huawei garante que este é o primeiro notebook Fullview com um rácio de 91% de utilização de ecrã e não encontrámos nenhuma razão para desmentir a marca. O Dell XPS 13, que ainda não testámos, tem também um ecrã Full View mas um aproveitamento menor ao colocar a câmara na parte de baixo do ecrã.

Com uma proteção Gorilla Glass, o ecrã é sensível ao toque e tem uma resolução 3K, com 260 pixels por polegada, o que garante uma boa definição, e uma luminosidade de 450 nit que permite baixar confortavelmente para 15% de luz sem cansar a vista e assim poupar mais bateria. O rácio é de 3:2 o que pode ser um pouco estranho para quem está habituado ao 16:9, e que pode tornar-se incómodo a ver filmes, aumentando a barra preta de topo ou da base.

E a bateria? Pela minha experiência com portáteis esta é uma das principais características, senão a mais importante. É que não há nada pior do que ficar sem bateria a meio de uma reunião ou de uma conferência e ter de correr à procura de uma tomada para ligar a energia. E quem não passou já pelo “processo” de andar à procura de um café com tomadas elétricas acessíveis, ou um lugar junto às fichas nos aeroportos que se acuse…

É verdade que a experiência com o MateBook X Pro foi de apenas alguns dias, mas consegui numa viagem de 3 horas e meia usar o computador e ainda ter energia suficiente para meio dia de conferência sem sentir necessidade de recarregar. E ontem para gastar a bateria até ao fim foi “obrigada” a uma sessão de binge-watching de uma série que acabou por esgotar no meu sono. Ou seja, acabou primeiro a minha bateria do que a do MateBook X Pro e acabei por adormecer antes do computador, o que é uma boa notícia. Melhor ainda é o carregamento rápido. Em meia hora ligada à corrente consegui repor um pouco mais de 50% de bateria, que daria para quase 5 horas de utilização.

Em conversa com algumas pessoas a quem mostrei o notebook (que era secreto até hoje) uma das perguntas que surgiu tinha a ver com a confiança na marca. A falta de tradição no segmento pode ser uma preocupação para alguns consumidores, mas parece-me que não há razão para receios, já que a marca tem uma longa tradição de engenharia de componentes de qualidade e tem um bom backup de assistência ao cliente com os smartphones, pelo que qualquer avaria deverá ser rapidamente corrigida, ao contrário do que acontecia com marcas sem linha de suporte em Portugal.

Contas feitas à lista inicial, o MateBook X Pro é uma excelente alternativa a outros ultrabooks no mercado e acredito que vem elevar a fasquia em algumas áreas, o que é sempre bom para os consumidores porque estas dinâmicas acabam por resultar em vantagens a médio prazo em termos de qualidade e funcionalidade dos produtos. A única coisa de que sentimos falta foi de uma bolsa para guardar o notebook, que vem incluída em alguns modelos da concorrência.

O preço nunca é um fator desprezável nesta consideração, mas neste caso a Huawei foi bastante equilibrada, posicionando o MateBook X Pro na mesma linha de outros portáteis do segmento. 1.669 euros ainda pesam no orçamento, mas para quem procura um portátil nesta linha é um valor muito aceitável, sobretudo quando comparado com o que se paga por um smartphone de topo de gama.

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