A crise dos semicondutores continua a alastrar-se nas diversas áreas tecnológicas, dos computadores aos smartphones, à indústria dos automóveis. E as principais fabricantes de componentes procuram encontrar soluções para expandir as suas unidades de produção perante a grande procura. A Samsung poderá começar a construção de uma nova fábrica de semicondutores no Texas, nos Estados Unidos, avança a imprensa sul coreana, citada pela Reuters.

O investimento planeado será de 17 mil milhões de dólares e o início da construção pode começar no terceiro trimestre do ano, mas com previsão de começar a operar apenas em 2024, segundo fontes próximas do assunto. A Samsung terá mesmo planos para avançar com o fabrico de chips de 5 nanómetros, baseados no processo EUV (Extreme Ultraviolet).

Já desde fevereiro que se fala de uma fábrica da Samsung no Texas, e do orçamento do investimento que a fabricante tinha para fazer nos Estados Unidos. Adiantou-se mesmo que a fábrica iria criar 1.800 postos de trabalho.

De recordar que o governo dos Estados Unidos tem sido pressionado pelas grandes empresas tecnológicas para se “chegar à frente” no que diz respeito a ajudas nesta crise dos chips. E Joe Biden assinou uma ordem executiva para criar uma lei de ajudas num valor de 50 mil milhões de dólares para acelerar a produção de chips no país. As grandes tecnológicas americanas, incluindo a Apple, Microsoft, Google, Amazon Web Services e Intel criaram um lobby, para pressionar o governo a libertar os subsídios de ajuda ao fabrico dos semicondutores.

Crise dos semicondutores pode arrastar-se até 2023. Fabricantes procuram alternativas
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As empresas tecnológicas já começaram a fazer previsões negativas devido ao impacto da falta de chips. Na indústria automóvel, a Ford disse que a produção de automóveis para o segundo trimestre ia cair para metade. Esta indústria tem mesmo pressionado a administração de Biden para dar garantia de prioridade ao fornecimento aos automóveis. A Apple já admitiu que vai perder entre 3 a 4 mil milhões de dólares neste trimestre que acaba em junho por falta de componentes.

Recentemente a United Microelectronics Corporation (UMC), considerada a quarta maior fabricante de semicondutores do mundo, anunciou o investimento na sua capacidade de produção. E este não se destina aos chips de nova geração, mas sim versões antigas e maturadas de chips de 28 nanómetros. A empresa espera assim resolver problemas, sobretudo na indústria automóvel, prometendo responder à falta de semicondutores à escala global, mas em troca, pede garantias financeiras aos seus clientes.

Também te a TSMC referiu que vai investir 100 mil milhões de dólares ao longo de três anos, e a Intel 20 mil milhões na expansão de um programa de produção de chips.