Em 2024 a base instalada de smartphones dobráveis em Portugal aumentou 20% e mais de 40 mil portugueses usam diariamente modelos Z Fold ou Z Flip da Samsung, número de utilizadores ativos, o que corresponde a cerca de 1,2% do total da base instalada de telemóveis da marca coreana, 7% se olharmos para os últimos dois anos.

Os números foram partilhados hoje na pré apresentação dos novos modelos, o Z Fold7 e o  Z Flip7, em Lisboa, onde tivemos oportunidade de experimentar os novos equipamentos. Em entrevista ao TEK Notícias Bernardo Cunha explicou que no primeiro trimestre de 2025 os valores já aumentaram, mas que a expectativa com o lançamento dos novos smartphones é que possam ainda crescer até final do ano.

"Estamos com uma expectativa muito elevada sobre todos os lançamentos que apresentámos hoje, essencialmente porque acreditamos que é um ponto de viragem muito grande na dinâmica do mercado de dobráveis de smartphones", explica Bernardo Cunha.

Para o responsável de marketing da Samsung em Portugal, este "é provavelmente o primeiro ano em que nós não temos de fazer um compromisso entre escolher um dobrável ou um telefone de tipo barra ou normal, entre ter um ecrã maior mas ter uma câmara pior, ter um maior ecrã imersivo mas com um processador inferior".  E garante que "conseguimos entregar em todas as frentes, numa perspetiva de design, peso e experiência física mas também de software, de câmara e utilização do telefone que está a par do melhor telefone que entregamos no mercado", destaca.

Esta era uma área onde a Samsung identificava ainda alguma resistência nos clientes, que queriam ter a mesma capacidade de processamento e qualidade de câmara nos dobráveis e que poderia ser um impedimento para o segmento crescer mais.

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Em termos de tipologia de mercados, e "perante a dinâmica económica de Portugal estamos francamente evoluídos na adoção deste tipo de formato, que é algo que vemos naturalmente em Portugal, que é uma adoção rápida de tudo o que são novas experiências e novos formatos", refere, isto apesar de estarem ainda em preços bastante premium da média dos telefones.

Mesmo assim destaca que quem experimenta os smartphones dobráveis raramente volta atrás porque a experiência é diferenciadora e que as taxas de satisfação estão acima dos 90%. "Recrutamos de uma base saudável de utilizadores que já usam um dobrável mas também de novos utilizadores", justifica.

Segmento com peso nos ultrapremium

Apesar do mercado de smartphones dobráveis continuar a ser um nicho de mercado, os dados da IDC mostram que está a crescer e que aumentou 4% em 2024, atingindo os 18,7 milhões de unidades e gerando 23,1 mil milhões de euros. E é um segmento onde a Samsung ainda tem um peso importante, como destaca Francisco Jerónimo, Vice Presidente para a EMEA na área de Devices (Data & Analytics).

No segmento premium, de smartphones acima dos 800 dólares, a Apple tem 72% de quota de mercado mas nos ultra premiu, com valores acima dos 1.600 dólares, a Apple cai para 50% e a Samsung e a Huawei ganham mais peso, com 30% e 17%, respetivamente. E ambas estabeleceram as suas posições no mercado de dobráveis, apesar da feroz concorrência de marcas chinesas como a Honor com o Magic e a Oppo. 

Para o analista, a grande questão coloca-se na capacidade do novo lançamento poder reacender o interesse nos dobráveis fora da China, onde a Samsung é de longe o maior player. E depois do anúncio, Francisco Jerónimo não tem dúvidas.

"Estes equipamentos vão ajudar a Samsung a recuperar a liderança do mercado na categoria de dobráveis e alargar a sua presença no segmento de smartwatches [...] o anúncio marca um momento crucial para a empresa reafirmar seu domínio nesta categoria e expandir seu alcance no segmento ultrapremium", afirma Francisco Jerónimo.

Ecossistema com potencial de crescimento

Bernardo Cunha adiantou também alguns números do ecossistema da Samsung, referindo que 1 em cada 4 utilizadores de smartphones da linha S ou Z tem também um wearable da marca, em áudio ou relógios inteligentes, e que esta é também uma oportunidade de crescimento. "Queremos ter a oportunidade de chegar a estes consumidores com propostas de valor", afirma.

A abordagem ao ecossistema está ligada à inovação, com mais ferramentas no ecossistema que vai além de um repositório de métricas e torna essa informação acionável, mas também em desenvolver um portfólio que chegue a mais opções de preço para todos os tipos de consumidores.

"Acreditamos que apesar de termos um mercado que não tem as melhores condições de estabilidade por toda a dinâmica sócio económica que vivemos em Portugal e noutros países, que consigamos trazer estes produtos para um crescimento de um mercado que nem sempre o demonstra, temos alguma expectativa de um crescimento de duplo dígito especialmente nos dobráveis", sublinha.