A Oracle anunciou que vai investir mais de 1.000 milhões de dólares em Espanha nos próximos 10 anos, num investimento que estará focado em cloud computing e inteligência artificial.

A tecnológica vai montar uma nova região cloud no país vizinho, onde já tem outras duas. Este novo centro de serviços, que será lançado em parceria com a Telefónica, servirá para acomodar o crescimento previsto da procura e a transferência de cargas de trabalho das empresas para a sua infraestrutura cloud, em linha com as orientações europeias de guarda e tratamento de dados no continente.

Há cerca de uma semana foi a vez da Microsoft anunciar outro investimento significativo em Espanha. O país vizinho vai tornar-se um dos principais centros cloud da multinacional na Europa que vai investir 6,69 mil milhões de euros em novas infraestruturas locais, também ao longo dos próximos 10 anos.

Em fevereiro a tecnológica, tinha já anunciado aquele que na altura era o maior investimento da sua história em Espanha. Em causa 2.100 milhões de dólares, o equivalente a 1.950 milhões de euros, para investir no reforço de capacidade da infraestrutura de cloud da multinacional na região de Madrid.

A IDC estimava que este investimento poderá ter um impacto de 8,4 mil milhões de euros no Produto Interno Bruto espanhol e contribuir para a criação de 69 mil postos de trabalho entre 2026 e 2030, referia o jornal Expansion na altura.

Em maio, também a Amazon anunciou que vai investir 15,7 mil milhões de euros nos próximos 10 anos em centros de dados na mesma região espanhola de Aragão que vai captar também os investimentos agora anunciados pela Oracle e pela Microsoft. A Amazon já tem três centros de dados naquela província. Com este novo investimento pode criar até 17.500 empregos indiretos na próxima década, calcula-se.

Aragão e a capital Saragoça, que é a quinta maior cidade espanhola, têm assumido lugar de destaque como entreposto logístico pela localização a meio caminho entre Madrid e Barcelona. A região também se destaca pelas condições favoráveis para a produção de energias renováveis (solar e eólica) que as grandes multinacionais querem usar para alimentar estas novas infraestruturas e que tem ajudado a atrair investimento.

Todos estes investimentos têm em comum a preocupação das empresas em se posicionarem como parceiros das companhias europeias, que a cada dia aumentam os seus investimentos na cloud, dando-lhes garantias que os seus dados ficam guardados na Europa, e estão protegidos pelas normas locais, algo especialmente importante em sectores mais regulados.