O Departamento de Serviços Financeiros de Nova Iorque abriu uma investigação ao Goldman Sachs, o grupo bancário por trás do Apple Card, devido a alegadas práticas de discriminação de género no estabelecimento de limites de crédito. De acordo com a notícia avançada pela Bloomberg, a decisão surge após uma série de tweets de David Heinemeier Hansson, a qual se tornou viral.

Tal como indica o empresário tecnológico e criador da ferramenta de programação Ruby on Rails, o Apple Card que pedira disponibilizava-lhe um limite de crédito 20 vezes superior ao da sua mulher. Ao contactar os serviços de apoio ao cliente, a resposta que obteve foi de que a situação era resultado da atuação do algoritmo que determina o limite dos cartões de crédito da empresa da maçã.

Embora não tenha divulgado informação detalhada acerca do rendimento de ambos, David Heinemeier Hansson afirma que ambos partilham os mesmos ativos financeiros e imobiliários, sendo que a sua mulher tem uma pontuação de crédito superior à dele. O extenso conjunto de tweets ganhou a atenção de Steve Wozniac, o qual indicou que está também a viver uma situação semelhante. O cofundador da Apple afirma que a sua mulher tem um limite de crédito 10 vezes inferior ao seu.

“Qualquer algoritmo que resulte, de forma intencional ou não, no tratamento discriminatório das mulheres ou de qualquer outra classe protegida viola a lei de nova-iorquina”, afirma um porta-voz de Linda Lacewell, superintendente do Departamento de Serviços Financeiros de Nova Iorque, à Bloomberg. Em resposta à investigação aberta pelo órgão regulador de Wall Street, o grupo Goldman Sachs negou qualquer prática de descriminação no estabelecimento de limites de crédito.

O caso do Apple Card é apenas a mais recente investigação do Departamento de Serviços Financeiros de Nova Iorque neste âmbito. Em outubro deste ano, o órgão regulador analisou as práticas da empresa UnitedHealth Group, tal como noticiou o Wall Street Journal. Em questão estaria uma acusação de que um algoritmo usado num dos programas informáticos da empresa estaria a dar prioridade ao tratamento médico de pacientes brancos relativamente a pacientes negros.