O Meta, casa-mãe das redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, partilhou novos detalhes do ecossistema tecnológico que está a criar para suportar as redes do metaverso. A empresa salienta as oportunidades “sem precedentes” para o sector da conetividade e que o metaverso deve ser construído sobre uma base de abertura e interoperabilidade, tornando-se acessível ao maior número possível de pessoas.

Mas para construir este novo universo de realidade virtual, a Meta afirma que o metaverso vai exigir avanços significativos na latência, largura de banda simétrica e velocidade geral da rede. E avança que nenhuma empresa ou indústria vai conseguir fazer sozinho. “Criar o metaverso vai requerer um esforço global e convidamos os parceiros a colaborar connosco nesta nova jornada”, refere a empresa de Mark Zuckerberg.

O Meta espera que na próxima década, o metaverso chegue a cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo. E que este seja responsável por centenas de milhares de milhões de dólares em comércio digital. Espera que surjam milhões de empregos para criadores e developers. Nesse sentido, a Meta pede a colaboração das empresas tecnológicas, operadores mobile, fornecedores de serviços, legisladores e outros na preparação do metaverso.

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Para que as pessoas se juntem no metaverso, mas afastados geograficamente, serão necessários novos avanços tecnológicos no campo do processamento local e em tempo real, compressão de vídeo, computação edge, entre outras tecnologias capazes de reduzir a latência. O Meta prevê nos próximos anos a construção de protótipos de sistemas que ajudem a indústria a compreender os avanços necessários.

A solução passa pelos cabos submarinos, que reduzam a latência, ao mesmo tempo que ofereçam novas oportunidades. Segundo a Meta, os investimentos em cabos submarinos devem contribuir com mais de meio bilião de dólares para as economias da Ásia-Pacífico e da Europa até 2025. Na Europa, a Meta criou o Marea, um dos cabos transoceânicos de maior capacidade do mundo, que desde 2019 já contribuiu 18 mil milhões de dólares à economia europeia.

A empresa diz que executar os renders do metaverso em tempo real localmente podem reduzir a latência necessária para aceder aos mundos virtuais. O uso de cloud edge e outros formatos híbridos entre processamento local e remoto poderão ser uma solução para o futuro. Para tal será necessário, tanto redes fixas como mobile que precisam de receber uma reformulação de arquitetura para criar os recursos computacionais necessários. O Meta compara a resolução de vídeo 720p consumível sem problema nos sistemas atuais nos smartphones; mas para um headset de realidade virtual, colocado a centímetros dos olhos, as resoluções necessitam ser para lá dos 4K. E esse é o upgrade que tem de ser sustentado para o metaverso.

Para a nova edição do Mobile World Congress, que abre hoje portas, o Meta revelou novas parcerias com o ecossistema das operadoras de telecomunicações para enfrentar os desafios do metaverso. A parceria com a Telefónica para estabelecer um Hub de Inovação do Metaverso em Madrid, para ajudar a acelerar a rede, assim como fazer as primeiras experiências e testes. Esta colaboração vai abraçar as startups locais e developers que queiram testar as suas soluções de metaverso.