A Meta continua a desligar a ficha do seu serviço de curadoria de notícias, o canal Facebook News. No ano passado foi encerrado no Reino Unido, França e Alemanha, seguindo-se em abril os Estados Unidos e Austrália. A empresa diz que as pessoas vão continuar a poder ver notícias no seu feed nos países em questão, assim como as editoras que vão continuar a ter acesso às suas contas do Facebook e ao Pages, onde podem continuar a partilhar os seus links para artigos e conteúdos.
A empresa liderada por Mark Zuckerberg, explicou em comunicado que esta decisão faz parte de uma estratégia de melhor realinhar os seus investimentos em produtos e serviços que as pessoas dão mais valor. Os vídeos de curta duração foram apontados como exemplo daquilo que o público mais deseja assistir na plataforma. E aponta as quebras de 80% do número de utilizadores a utilizar o Facebook News no ano passado.
O discurso da empresa é o mesmo do ano passado: “Sabemos que as pessoas não vêm ao Facebook para notícias ou conteúdo político, mas sim para se conectarem a outros e descobrir novas oportunidades, paixões e interesses”. A Meta já tinha também referido que as notícias somam menos de 3% daquilo que as pessoas veem no feed do Facebook, a nível global.
O desinvestimento no Facebook News não terá impacto nos produtos e serviços da Meta nestes países, diz a empresa, salientando que os utilizadores vão continuar a pode ver os links de notícias no Facebook. As editoras podem continuar a colocar os links para as notícias e direcionar as pessoas para os seus websites, tal como qualquer outra empresa e organização.
Os atuais acordos ainda em vigor com a Austrália, mas também a França e Alemanha relacionados com o Facebook News não vão ser afetados pela nova decisão. Acordos que com o Reino Unido e Estados Unidos já terminaram. A Meta diz ainda que não vai entrar em novos acordos comerciais para os conteúdos tradicionais de notícias.
De recordar que o braço de ferro entre a Meta e a Austrália sobre os conteúdos de notícias tem vários anos. A dona do Facebook foi acusada de faturar com a publicidade no feed onde eram partilhadas notícias, sem compensar as respetivas fontes das publicações. O governo avançou com propostas legislativas que obrigavam as plataformas a compensar os editores e a Meta repostou com o bloqueio de notícias dos australianos na rede social. A criação do Facebook News foi uma forma de encontrar um meio termo de compensação dos conteúdos noticiosos.
No seu comunicado, a Meta conclui que continua comprometida em manter a informação credível nas suas plataformas. E trabalha com empresas externas para confirmação de factos, certificadas oficialmente pela International Fact-Checking Network, que faz as revisões dos conteúdos de desinformação que se tornam virais. A empresa diz que desde 2016 que contribuiu com mais de 150 milhões de dólares em programas de suporte ao fact-check.
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