Segundo os especialistas, as credenciais não foram roubadas diretamente das próprias plataformas, mas sim recolhidas como parte de campanhas mais amplas de roubo de dados online.

De acordo com a análise, a Netflix é a plataforma com mais contas comprometidas, com um total de 5.632.694 credenciais expostas em 2024. O Brasil registou o maior número de credenciais comprometidas, seguido do México e da Índia.

A Disney+ apresenta-se como a segunda plataforma de streaming mais afetada, com as credenciais de 680.850 contas a serem expostas. Novamente, o Brasil destaca-se como o país com mais contas expostas em 2024, seguido do México e da Alemanha.

A plataforma Amazon Prime Video teve 1.607 contas com credenciais comprometidas no ano passado. O México, o Brasil e a França foram os principais países com mais contas expostas.

Em comunicado, os investigadores avançam que as plataformas de streaming se tornaram numa espécie de “santuários digitais” para a Geração Z. Citando estudos recentes, a equipa da Kaspersky detalha que a Geração Z não só gasta mais em plataformas de streaming do que qualquer outra geração, como também participa ativamente em “fandoms” online, partilhando clipes, memes e teorias de fãs através das redes sociais.

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No entanto, há comportamentos online que trazem riscos. Por exemplo, os equipamentos usados para assistir às séries também se podem tornar portas de entrada para os cibercriminosos, com ameaças que se escondem em transferências não oficiais, conteúdos pirateados, extensões para o browsers e apps comprometidas.

Além de poderem afetar os equipamentos com malware, estas ameaças recolhem, em muitos casos, credenciais de início de sessão, dados de sessão e outros dados pessoais.

“Para a Geração Z, o streaming é mais do que entretenimento. Tornou-se um hábito diário, uma fonte de identidade e de comunidade”, afirma Polina Tretyak, analista de pegada digital da Kaspersky.

“Mas essa ligação emocional também cria um ponto cego. O malware escondido em transferências não oficiais ou em ferramentas de terceiros rouba silenciosamente credenciais de início de sessão e dados pessoais, que são depois trocados ou vendidos em fóruns de cibercriminosos”, realça a analista.

Como enfatiza Polina Tretyak, proteger as contas de streaming “significa pensar para além das passwords”, apostando na proteção de equipamentos como smartphones e computadores e em comportamentos que permitam evitar ameaças.