O diretor do FBI disse esta semana numa conferência que um grupo de hackers ligado ao governo chinês entrou em infra-estruturas críticas dos Estados Unidos e está à espera "do momento certo para lançar um ataque devastador".

Christopher Wray explicou numa apresentação na universidade de Vanderbilt que a campanha liderada por um grupo conhecido como Volt Typhoon permitiu aos atacantes entrarem nos sistemas de várias empresas americanas de telecomunicações, energia, água e outros sectores críticos, onde se incluem 23 operadores de oleodutos.

O responsável sublinhou, em declarações citadas pela Reuters, que a China tem vindo a desenvolver a capacidade de “causar estragos físicos nas nossas infraestruturas críticas num momento à sua escolha”, com o intuito de lançar ataques que venham a induzir pânico na população.

Segundo o especialista, é para já difícil antecipar as motivações da China para este pré-posicionamento, mas o FBI acredita que está relacionado com os esforços do país para dissuadir os Estados Unidos de defender as intenções de autonomia de Taiwan em relação
à China.

Esta semana, o ministro dos negócios estrangeiros chinês garantiu que o Volt Typhoon não tem ligações ao governo chinês e um comunicado da embaixada da China em Washington também já comentou as acusações que têm vindo a ser feitas nesse sentido.

"Algumas pessoas nos EUA têm utilizado o rastreio da origem dos ciberataques como uma ferramenta para atingir e incriminar a China, afirmando que os EUA são a vítima quando é o contrário e politizando as questões de cibersegurança", diz a declaração.

Recorde-se que já em março os serviços de inteligência do grupo de países conhecido como Five Eyes (Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos), lançaram um alerta para as atividades do Volt Typhoon em infraestruturas críticas de países ocidentais, sobretudo nos Estados Unidos, ligando estas atividades ao governo chinês.