A ideia do Facebook para levar a Internet aos próximos 5 mil milhões, como Mark Zuckerberg anunciou há cerca de dois anos, precisa de mais "gás" para garantir a universalidade do acesso à Internet para ter serviços básicos gratuitamente.

A materialização do plano do criador da rede social é feita através da Internet.org, mas no terreno não tem sido tão fácil implementar o projeto como parecia no papel. Faz agora um ano que foi assinalado o arranque na Zâmbia, e a aplicação foi já disponibilizada em 17 países em vias de desenvolvimento, mas o objetivo é chegar mais longe.

Chris Daniels, vice presidente da Internet.org para a área de produto, adiantou à Reuters que no último ano mais de 9 milhões de pessoas usaram a Internet através da iniciativa e a plataforma que foi apresentada em maio, e que junta parceiros tecnológicos como a Samsung, Ericsson, Qualcomm, Nokia e Opera, deverá conseguir resultados mais substanciais junto dos mais de 4,5 mil milhões de pessoas ainda sem ligação em regiões como África, América Latina e Ásia.

Num post no blog da organização, é anunciada hoje a criação de um portal de parceiros que disponibiliza ferramentas técnicas e orentações que facilitam o processo de oferta de serviços básicos gratuitos, o que alarga o leque de potenciais parceiros da iniciativa, que agora estava limitada a apenas alguns operadores móveis.

A iniciativa oferece um conjunto básico de serviços, gratuitos, entre os quais o acesso ao Facebook e ao serviço de messaging, mas já foi criticada por ser uma Internet de segundo nível, como defenderam 67 organizações numa carta endereçada aMark Zuckerberg, afirmando que está a ser posta em causa a neutralidade da Internet. 

A mensagem hoje divulgada no site da Internet.org defende porém o modelo aplicado, e também o potencial de negócio, garantindo que apesar dos serviços básicos serem gratuitos, mais de metade dos utilizadores estão a pagar para ter acesso a mais dados no espaço de um mês.

Para além da Internet.org há outras iniciativas para disponibilizar acesso grátis em zonas desfavorecidas, entre as quais a Google com o Project Link e mesmo o CEO da Tesla, Elon Musk, está envolvido numa iniciativa semelhante.