A pandemia de Coronavírus (COVID-19) está a ditar a adoção da estratégia de teletrabalho em muitos países e Portugal não é exceção. A passagem para o trabalho remoto traz alguns desafios no que toca à segurança informática, em especial, num contexto em que os cibercriminosos se têm vindo a aproveitar do pânico em torno do COVID-19 para lançar ataques em diversas plataformas.

É verdade que, em casa, nem todos têm acesso ao mesmo tipo de ferramentas de proteção informática altamente avançadas que algumas empresas têm, com VPNs e Firewalls, no entanto, existem algumas recomendações práticas que deve seguir para garantir a segurança.

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A Kaspersky tem estado atenta à evolução crescente das ameaças informáticas perante a pandemia de COVID-19. Ao SAPO TEK, Alfonso Ramirez, Diretor Geral da Kaspersky Ibéria, indicou que a empresa tem vindo a registar vários casos de hackers que têm vindo a enviar ficheiros maliciosos em documentos relacionados com a doença. “Esta é uma das estratégias que encontraram para chegar até às vítimas, aproveitando-se da vulnerabilidade causada pela mudança de hábitos de trabalho”, elucida o responsável.

“No trabalho remoto, há que ter em conta todos os canais de comunicação, mas também as ferramentas de colaboração, equipamentos e o acesso a esses mesmos equipamentos. Quando estamos todos conectados às infraestruturas da empresa a partir de casa, temos de manter ou reforçar a segurança”, afirma Alfonso Ramirez. “Caso não tenhamos em conta as medidas adequadas, estamos a abrir ainda mais as portas para os hackers entrarem”.

Os avisos de fraudes online multiplicam-se à medida que mais pessoas estão em quarentena, permanentemente ligadas, e muitas em teletrabalho, mais expostas a mensagens e emails.

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A DECO emitiu recentemente um aviso que se junta ao que a PJ e o CNCS já tinham feito e que mostra como os esquemas fraudulentos estão a afetar os utilizadores com aplicações que supostamente acompanham a evolução da pandemia ou com curas milagrosas para o COVID-19. "A primeira regra é desconfiar, a segunda, proteger-se", refere a associação de defesa do consumidor.

O CNCS tem vindo a acompanhar as novas ciberameaças relacionadas com o COVID-19 e fez uma série de recomendações especialmente direcionadas para quem está agora em regime de teletrabalho no seu Twitter.

Além dos trabalhadores que passaram agora a exercer as suas funções a partir de casa, as empresas também devem garantir que têm uma estratégia que assegure que todos os colaboradores estão ligados de forma segura. De acordo com Alfonso Ramirez, as organizações devem “comunicar de forma clara e aberta com os seus colaboradores, alertá-los para os potenciais riscos e garantir que todos os que estão em isolamento voluntário ou que estão a trabalhar a partir de casa têm acesso remoto em segurança.

O diretor da Kaspersky Ibéria sublinha que, neste momento, todos os níveis da estrutura empresarial se devem manter “extremamente atentos e vigilantes, pois o perigo terá tendência para aumentar nos próximos tempos”.