Com os casos confirmados de COVID-19 em todo o mundo a crescer, também o cibercrime está a aumentar. Mais horas em teletrabalho e o aumento do tempo passado online, conjungado com o medo, que se "torna na oportunidade de negócios" dos criminosos, têm vindo a ser a "receita" para que isso aconteça. Quem o garante é a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, que reforçou esta terça-feira os resultados de uma operação do Serviço Europeu de Polícia (Europol), que tem vindo a combater as fraudes online.

Tratamentos apelidados de milagrosos e novas vacinas da COVID-19 têm inundado a Internet desde que o vírus se tornou uma realidade preocupante, algo que não deixou a Europol indiferente. Na semana passada, a agência europeia confirmou que levou a cabo uma operação que envolveu 90 países em todo mundo entre 3 e 10 de março, e divulgou os resultados da estratégia.

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Numa altura em que nem a própria Organização Mundial da Saúde tem passado imune às tentativas de ataque, ao todo foram eliminados 2.500 links, entre sites, redes sociais, mercados online e anúncios. Os dados da Europol revelam ainda que a operação levou à detenção de 121 pessoas e a um total de 13 milhões de euros em produtos farmacêuticos potencialmente perigosos apreendidos.

Dos 326.000 pacotes inspecionados, 48.000 foram apreendidos, mas mais grave é o número de unidades de produtos farmacêuticos ilícitos apreendidos em todo o mundo: 4,4 milhões. Por fim, 37 grupos de crimes organizados foram desmantelados.

Agora, a presidente da CE destaca a importância desta operação e garante que a Europa está a trabalhar com os governos de cada país e das agências para responder a este problema e para manter os europeus seguros. Face a esta situação excecional, Ursula von der Leyen reforça ainda alguns dos conselhos da Europol em relação ao comportamento online de cada um.

Apelando à não instalação de apps que alegadamente registam os sintomas da COVID-19, a Presidente da CE aconselha ainda os europeus a verificarem se as entidades que desenvolvem determinados sites são confiáveis. "Se uma vacina contra a COVID-19 for efetivamente desenvolvida os governos e instituições públicas irão anunciá-lo", refere.