Um Hub e uma fábrica vão trazer mais Inteligência Artificial para Lisboa

À margem do Web Summit que decorre entre os dias 11 e 14 de novembro em Lisboa, a Unicorn Factory Lisboa abre hoje um novo hub dedicado à inteligência Artificial, o AIHub, que integra também a AI Innovation Factory, uma iniciativa da Microsoft Portugal mas que tem um elo comum. 

O novo hub junta-se aos três que a Fábrica de Unicórnios já tem em Lisboa, em três distritos de inovação, e conta com a parceria de várias empresas tecnológicas. A tinta do edifício de sete andares ainda parece fresca e há pó um pouco por todo o lado, mas o interesse no tema é incontestável e a sala está cheia para acompanhar o lançamento.

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, diz que este é um dia bom para a cidade que no ano passado foi reconhecida como capital de inovação.

Para o executivo, que há dois anos avançou com a estratégia e a criação da Fábrica de Unicórnios, a IA "é mais do que uma buzz word". "Queremos usar a Inteligência Artificial para o bem", garante.

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O executivo lembra que 14 empresas que valem mais de mil milhões de euros já escolheram Lisboa como o local para fixarem as suas operações, e que já foram criados mais de 15 mil empregos. 

"Tudo isto é possível pelo ecossistema de startups que temos em Portugal e pelos parceiros", afirma Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa.

A AI Innovation Factory foi anunciada em fevereiro pela Microsoft Portugal e junta a Accenture, Avanade e a Unicorn Factory Lisboa, assumindo como principal objetivo acelerar a adoção da Inteligência Artificial por empresas públicas e privadas de todos os setores.

No AIHub participam também a Google, a MEO, o consórcio Centro de IA Responsável e a SITIO, que é dona do edifício. Carlos Moedas sublinhou, à margem do evento, que muito do investimento no novo Hub é privado e não público, numa conversa onde destacou a criação de empregos que resulta da estratégia e aposta na Fábrica de Unicórnios de Lisboa.

"Portugal já tem uma longa história de trabalhar em Inteligência Artificial. O que o Hub permite é criar um centro que agregue o melhor que se faz em Portugal como um dos grandes centros de inovação", destaca Gil Azevedo, diretor da Unicorn Factory Lisboa.

A ideia é que se possa conjugar várias valências. "Aqui temos quatro tipos de intervenientes, temos as startups, os investidores que garantem que existem fundos, as empresas que vão ser consumidoras da inovação e as universidade que vão ser o futuro dos empreendedores e inovadores", sublinha o diretor da Unicorn Factory Lisboa, adiantando que o objetivo é juntar as quatro comunidades para criar escala. 

O Hub está aberto a toda a comunidade que possa ter interesse em desenvolver e testar soluções, das empresas a alunos. Vão ser desenvolvidas atividades várias, da Microsoft e do consórcio Center for Responsible AI e essas são pólos de atração da comunidade.

Quanto à possibilidade de criar novos Hubs em Lisboa, que tinha sido antecipada em entrevista ao SAPO TEK, Gil Azevedo diz que não há nenhuma proposta já fechada mas que o racional é desenvolver centros de inovação que agreguem o interesse da comunidade e que há vários a serem analisados.

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Inovação, colaboração e formação no espaço da "fábrica"

Andres Ortolá, diretor geral da Microsoft Portugal, adiantou ao SAPO TEK que a ideia da AI Innovation Factory é ter um espaço muito flexivel, de colaboração, onde seja possível desenvolver soluções inovadoras.

"Estamos a fazer inovação onde é precisa mas imagino para Portugal um Copiloto dos professores, um Copiloto dos enfermeiros, um Copiloto dos polícias", explica, adiantando que são soluções para Portugal mas também para o mundo.

Para já estão alinhadas ideias com vários sectores de negócios. "Já começámos com clientes e indústrias muito específicas, indústria, banca, tecnologia, startups a combinar inovação", afirma, lembrando que é um espaço de co-crianção, colaboração e formação, onde a Microsoft também está a aprender.

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