A Samsung acaba de lançar no mercado a sua nova geração de televisões, numa grande aposta na imagem a 8K. Talvez por isso tenha escolhido o Casino Lisboa para apresentar oficialmente a sua gama QLED 8K Q900, em dois tamanhos disponíveis: 65 polegadas e 85 polegadas. Para além da imagem com maior resolução, e reconhecendo para já a escassez de conteúdos nativos em 8K, as televisões apresentam tecnologia proprietária de inteligência artificial na execução do upscaling das imagens, como aliás já havia sido anunciado na IFA.

Para Portugal a Samsung adota a mesma estratégia e intenção de procura do primeiro ano em que o HD foi lançado, tendo representado 2-3% do mercado. E é essa a perspetiva para as novas televisões de 8K para 2019, que os números sejam semelhantes, revelou Paulo Romeiro, head of consumer electronic e marketing, ao SAPO TEK. Nas palavras do responsável da marca, a Samsung considera que o mercado está preparado para receber a nova televisão, mesmo sem conteúdos para a justificar, “até porque quase 80% das pessoas têm uma televisão 4K e também não há conteúdo 4K”. Paulo Romeiro refere que as pessoas estão a comprar televisões de grandes polegadas e existe uma diferença significativa entre o 4K e 8K, descartando o interesse da marca em ter televisões de 40 polegadas com esta definição “porque não justifica devido à densidade de pixéis”, acrescenta.

“O primeiro passo para os conteúdos 8K nativos vão ser dados no Japão, nos Jogos Olímpicos em 2020”, refere o responsável da marca, apontando este ano para a massificação da resolução. Até lá, outras marcas como a LG vão introduzir no mercado as suas soluções, o que para Paulo Romeiro é positivo, “porque apenas todos juntos conseguimos alargar o mercado e satisfazer os consumidores que querem a melhor imagem, uma televisão mais inteligente e claro, um aparelho bonito”, destacando as principais preocupações da marca.

Para justificar a procura das televisões de ultra HD, a Samsung revelou alguns números relativos ao consumo português, referindo que, por exemplo, nove em cada 10 famílias consomem televisão por subscrição, e mais de 79% dos agregados têm pelo menos dois televisores em casa. Há ainda cada vez mais consumo de streaming online, com 43% dos consumidores a fazerem o “binge watch”, que é consumir muitos episódios seguidos de uma série.

A nova televisão é alimentada pelo processador Quantum 8K, fabricado pela Samsung, para gerir a inteligência artificial não só no upscaling da imagem, como também “limpar” a qualidade do som para completar a experiência multimédia. O novo modo ambiente dinâmico também recorre à IA para ajustar a luminosidade automaticamente mediante a iluminação da sala, para que se enquadre melhor no local.

A Samsung refere que a QLED 8K Q900 oferece 33 milhões de pixéis e quatro vezes mais resolução que um modelo 4K, e desta forma oferecer conteúdos com uma qualidade ímpar. Durante a apresentação, a marca fez um teste aos presentes para comparar, em tempo real, o processamento de upscaling do processador. Foi demonstrado que um conteúdo 4K trabalhado pela inteligência artificial consegue oferecer melhor qualidade em 8K “recauchutado” do que na imagem nativa 4K. Destacam-se os brilhos gerados pelo HDR “o dobro, relativo ao 4K”, refere a marca, mantendo a mesma densidade de pixéis do 4K, mas com uma qualidade quatro vezes superior.

Mesmo admitindo que não existem conteúdos nativos em 8K, a tecnologia de upscaling da Samsung através de inteligência artificial ajusta-se a qualquer conteúdo de menor resolução, ao contrário do processamento linear que era feito anteriormente. Nesse sentido, a marca explica que a IA gere uma base de dados massiva para comparar imagens, trabalhando 24/7 para processar o upscaling. A IA determina se existem novas formas para melhorar a imagem e aplica, e nesse sentido, quantos mais processos fizer, melhor se vai tornando a imagem ao longo do tempo. Assim, até se massificarem os conteúdos nativos 8K, a marca assegura que a sua qualidade de upscaling já justifica o investimento no equipamento.

Sendo a Samsung líder do mercado português nas televisões de 65 polegadas, com uma quota superior a 60%, sente que tal como em anteriores gerações, tem a missão de “dar o pontapé da porta” para introduzir no mercado os primeiros modelos a 8K. A partir de hoje já pode encontrar nas lojas da especialidade os modelos, com a versão de 65 polegadas a custar 5.000 euros e o de 85 a 15.000 euros.