Os meios de transporte estão a evoluir muito rapidamente e a pandemia foi o ingrediente que faltava na aceleração da forma como as pessoas se deslocam. Há novos desafios, mais também oportunidades, referiu Carla Bailo do Center for Automotive Research. As pessoas não querem apenas ter novas soluções de contactless, mas sim querem centralizar num único formato esses pagamentos, dá como exemplo. Por isso, há que encontrar soluções universais de que as pessoas confiem, que sejam seguras e privadas. Dá o exemplo dos serviços de partilha de bicicletas e scooters como um bom exemplo de como evoluiu a mobilidade.

Andrew Poliak da Panasonic Automotive destacou que os veículos autónomos vão permitir partilhar entretenimento com os familiares, salientando que o áudio e outras funcionalidades premium vão fazer parte dos sistemas dos carros. Deu o exemplo de uma família conhecida que colocou os seus filhos de castigo, cortando-lhes a internet em casa, apenas para descobrir que as crianças foram para a garagem, para dentro do veículo, para se conectar ao seu sistema.

Stefan Buerkle da Bosch olha para as infraestruturas das cidades como enablers para processar toda a condução autónoma, capaz de oferecer os meios que comuniquem com os sensores do carro. Só assim vai permitir melhorar bastante a vida das pessoas, como por exemplo, os carros estacionarem sozinhos, sem a necessidade de perder tempo à procura de lugares disponíveis nos parques de estacionamento.

Em 2027 prevê-se que os carros autónomos venham a circular com mais naturalidade, mas as cidades precisam de ser igualmente otimizadas para garantir uma transição mais segura, desde a sincronização dos semáforos aos espaços de estacionamento e alimentação dos veículos. As cidades terão de crescer tecnologicamente com a evolução dos automóveis.

Obviamente que a COVID-19 veio mudar as mentalidades das pessoas, com uma grande percentagem a admitir que não vai voltar aos escritórios depois da pandemia. Vai haver mais espaço livre, menos carros nas ruas, e isso tem de ser usado para transformar os espaços em áreas verdes. Muitas estradas acabaram por fechar nas áreas de restaurantes e o desejo é que muitas destas medidas não voltem atrás depois da doença que afeta todo o mundo.

É referido que as pessoas conduzem com menos frequência, o que vai afetar a forma como os carros vão ser construídos, perante as novas necessidades dos utilizadores. É destacado que o carro é cada vez mais um instrumento social, utilizado para as férias e que as pessoas necessitam de sistemas de infontaiment mais complexos e completos. Para muitos, os carros são utilizados como escritórios durante o isolamento, como fuga ao barulho doméstico. Para os especialistas, os carros deixaram apenas de ser um meio de transporte, mas um espaço onde se passa mais tempo, como uma segunda casa.

A segurança é outra das prioridades dos construtores, que investem cada vez mais em sistemas de emergência para proteger os ocupantes. Tais como tecnologias de interação sem contacto. Bastando olhar para a tecnologia que tem sido introduzido nos carros nos últimos 10 anos. A utilização de câmaras para projetar elementos de realidade aumentada é um exemplo. Mas as fabricantes necessitam de lidar com o regulamento da privacidade na forma como processam os dados recolhidos, para criar um ecossistema mais conectado entre os veículos.

As fabricantes procuram ganhar a confiança, mais que prometer que os seus produtos são seguros e vão tornar a vida das pessoas. É preciso tempo para amadurecer, e salientam que é necessário que a tecnologia amadureça para que esta possa ser absorvida e reconhecida pelas pessoas. Mas até que ponto vai essa confiança? As pessoas podem dormir no carro, enquanto este os conduz ao destino? É salientado que atualmente é muito perigoso chamar Self Driving à tecnologia atual, porque ainda não se chegou a esse ponto. Daí o pedido que todas as fabricantes falem a mesma linguagem, algo que algumas empresas começam a destacar como a Waymo. A transparência é chave para ganhar a confiança das pessoas: “Se dissermos que um veículo é autónomo, este tem de ser mesmo autónomo”, salienta Christiane Zorn da AUDI. E isso passa também pela educação das pessoas entenderem a tecnologia.

A tecnologia tem de ajudar mais a criar mecanismos para evitar distrações, ou pelo menos, detetar quando um condutor adormece ou se distrai a falar com o passageiro ao lado. É por aqui que muitos fabricantes estão a caminhar. Por outro lado, sistemas que ofereçam entretenimento individualizado aos passageiros, seja uma forma do GPS enviar as indicações áudio apenas ao condutor, enquanto o resto das pessoas estão entretidas com multimédia, sem interferir no navegador, por exemplo.

Os especialistas referem que no futuro, um carro será caracterizado pelo seu dono como se fosse um smartphone. Quando troca de um carro para o outro, deve transferir toda a sua personalização para o novo. Uma das preocupações é manter a tecnologia sempre presente nos automóveis ao longo dos anos, porque estes podem durar 15, 20 ou 30 anos nas mãos de diferentes utilizadores. O desejo é que uma pessoa que compre um carro em segunda ou terceira-mão consigam continuar a usar as tecnologias atuais que vão sendo lançadas.

O mesmo se passa com as necessidades sazonais, algo que as empresas começam igualmente a olhar para a tecnologia automóvel. Sistemas que ajudam o controlo e a navegação de um carro no inverno não são as mesmas do verão, por exemplo.

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