Ao colocar um headset de realidade virtual na cabeça, o utilizador consegue perceber que entrou num mundo paralelo digital e o cérebro consegue processar as diferenças entre o real e computacional. Mas e se essa distinção não for possível? É isso que os testes visual de Turing, o benchmark utilizado para avaliar a capacidade de imagens virtuais serem interpretadas pelo ser humano como reais.

A Meta partilhou um ponto de situação do trabalho realizado na última década pelas equipas Display System Research e da Optics, Photonics and Light Systems, pertencentes à Reality Labs Research. Apesar do metaverso não andar atualmente nas bocas do mundo, abafado pelo fenómeno da inteligência artificial, a empresa de Mark Zuckerberg, que chegou a mudar o nome em concordância, continua empenhada na tecnologia. 

A empresa continua dedicada a criar experiências virtuais que sejam indistinguíveis do mundo físico real. “Apesar de ser uma rubrica subjetiva, nenhum sistema VR da atualidade conseguiu atingir essa meta”, diz a empresa. A equipa vai estar presente no SIGGRAPH 2025 para mostrar os avanços da sua tecnologia.  

Veja na galeria imagens do Meta VR protótipo Tiramisu

Um dos headsets chama-se Tiramisu, e segundo a Meta, promete um próximo passo no realismo da realidade virtual. Tem alto contraste, cerca de três vezes mais que o Meta Quest 3, combinando com uma resolução angular de 90 pixels por grau, sendo 3,6x mais que o Quest 3. O seu brilho é de 1.400 nits, mais 14 vezes que o Quest 3. O Tiramisu pretende ser o primeiro da indústria a combinar os benefícios da resolução da retina, com um brilho avançado para estabelecer um marco no realismo da realidade virtual. 

Apesar de ser um vislumbre daquilo que é possível fazer em anos de investigação e desenvolvimento, o headset ainda tem uma forma pesada e volumosa, em comparação com os atuais sistemas VR de consumo. Também o seu campo de visão ainda é muito limitado, de 33º, “mas é o mais próximo que conseguirmos de uma experiência visual que possa passar no teste de Turing até agora”, refere a Meta.  O modelo tem dois ecrãs OLED de alta resolução desenhadas especificamente para ótica de visão refrativa, onde os brilhos são mais brilhantes e os escuros mais negros, em comparação com aquilo que existe nos televisores HDR. 

Meta protótipo Tiramisu
Meta protótipo Tiramisu Meta VR protótipo Tiramisu

Para a demonstração do headset, a Meta criou uma demo em Unreal Engine 5, alimentado pela tecnologia DLSS 3 da Nvidia. O equipamento incorpora já muitos dos componentes tecnológicos já existentes nas versões comerciais, tal como o sistema de rastreamento do Quest 2. Mas o objetivo da equipa é focar-se na performance ótica, destacando que o Tiramisu não é algo que se possa mesmo compreender a ler as funcionalidades em abstrato, mas sim pela experiência, que diz ser semelhante à primeira vez que se vê uma TV 4K ou um sistema HDR na televisão pela primeira vez, 

A Meta tem mais dois headsets em investigação, o Boba 3 e o Boba 3 VR, estes focados em oferecer um campo de visão maior. Em comparação ao Quest 3 que tem 110º horizontais e 96º verticais, os boba apresentam 180 por 120 graus. Neste caso, há uma aproximação à visão humana, que terá um campo de visão de 200º. O Boba 3 terá ecrãs com resolução de 4K por 4K em cada olho.