A Comissão Europeia deu conta do elevado número de propostas, que ultrapassaram as expectativas. Foram recebidas 76 respostas, de 16 Estados-membros e relacionadas com 60 localizações diferentes. "Esta onda de interesse sublinha a oportunidade de posicionar a Europa como uma potência global em inteligência artificial, alinhada com uma visão arrojada que foi definida no AI Continent Action Plan", refere o executivo europeu em comunicado .

A call fechou a 20 de junho e o objetivo era reunir as perspectivas da indústria sobre o desenvolvimento das Gigafábricas de Inteligência Artificial com que a Europa pretende recuperar o atraso na tecnologia. A Comissão Europeia está a preparar o investimento para a construção de cinco "fábricas" de grande dimensão que vão envolver privados e as localizações estão a ser definidas, estando Portugal na rota como um dos destinos possíveis.

Estas Gigafábricas vão permitir a computação em grande escala e criar hubs de armazenamento de dados que podem ser usados no desenvolvimento, treino e implementação de modelos de IA e aplicação em hiperescala, com modelos de trilliões de parâmetros.

A PortugalDC, a associação portuguesa do setor de data centers, já deu conta de que Portugal é uma das principais localizações alternativas para a instalação de centros de dados na Europa e que por isso pode ser uma das localizações escolhidas. Ainda assim há alguns obstáculos, entre os quais o facto de ter sido incluída na lista de países que os Estados Unidos definiram como limite à compra de processadores de IA.

A Comissão Europeia quer abrir o concurso oficial para a instalação das Gigafábricas de Inteligência Artificial no final de 2025 e este processo de auscultação ao mercado pretende dar uma ajuda para perceber quem está pronto para avançar, e em que modelo.

De acordo com os dados partilhados, entre as respostas estão as empresas que representam os principais centros de dados, telecoms e energia, assim como outros parceiros tecnológicos e potenciais investidores. 

Na análise das expressões de interesse destaca-se um número, com a indicação da potencial compra de 3 milhões de GPUs para alimentar a capacidade destas "fábricas". 

Não foram divulgados dados sobre a identidade dos interessados que participaram e a CE diz que isso se deve à informação confidencial contida nas respostas, mas que cada entidade pode ter a iniciativa de partilhar a sua visão.