
A inteligência artificial passou a ser o grande motor de investimento em startups. No maior ecossistema de startups do mundo, Silicon Valley, os números não deixam dúvidas. Dos 111 mil milhões de dólares em venture capital investidos este ano, os projetos de IA absorveram 103,5 mil milhões, ou 93% do total.
“A IA está a devorar o capital de risco: 93 cêntimos de cada dólar de capital de risco no Vale agora vão para a IA”, sublinha Alberto Onetti, presidente da Mind the Bridge, empresa que produziu o estudo "Physical AI. Shaping the Market of the New Possible".
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Neste universo, há uma importante transformação em curso que acentua o potencial desta nova onda de inovação transformar a indústria. A IA física começa a assumir o destaque que nos últimos anos esteve na IA generativa. “A IA física parece seguir a mesma trajetória explosiva da IA generativa. As apostas são enormes, os riscos também, mas a história mostra que esses ciclos intensivos em capital muitas vezes produzem avanços que redefinem mercados inteiros”, sublinha o mesmo responsável.

O conceito de IA física é aplicado a sistemas que integrem IA avançada com sistemas físicos, para criar máquinas capazes de processar tarefas, mas também de agir no mundo real. Como explica a empresa de estudos de mercado, ao contrário dos robôs tradicionais, limitados a rotinas pré-programadas, os sistemas de IA física podem adaptar-se a ambientes imprevisíveis, com aplicações que vão desde a automação industrial e robótica cirúrgica até à defesa, agricultura e até mesmo produtos de consumo.
Nos primeiros três trimestres de 2025, as scaleups de IA física angariaram 16,1 mil milhões de dólares. O investimento da Meta na Scale AI, uma plataforma para dados de treino e aplicações do mundo real, é um dos grandes exemplos desta tendência, mas há outros.

A FigureAI conseguiu atrair 675 milhões de dólares para acelerar a robótica humanóide e a Neuralink 650 milhões de dólares para continuar a desenvolver as suas interfaces cérebro-computador. No terreno, outros movimentos mostram como a indústria está a posicionar-se para esta nova onda da IA.
A Mind the Bridge dá o exemplo da Nvidia, que já construiu uma infraestrutura completa para esta área, a abranger desde o treino à implementação, passando pela simulação. Há a Tesla, com o robot humanoide Optimus, a DeepMind a incorporar os seus modelos Gemini na robótica, ou os planos da Qualcomm com a compra da Edge Impulse, a ilustrar a mesma tendência
“Se a IA generativa representou a ascensão das máquinas pensantes, a IA física marca a transição para as máquinas atuantes. Esta onda transformará indústrias desde o chão de fábrica até à sala de operações, da defesa à vida quotidiana”, sublinha Marco Marinucci, CEO da Mind the Bridge.
Antecipa-se com esta nova onda, um ciclo de transformação tão poderoso como aqueles que foram motivados pela massificação da internet, dos computadores pessoais, nuvem ou redes sociais.
Tal como a IA generativa, exige uma capacidade massiva de investimento, e ainda está na fase inicial de desenvolvimento, por isso vai precisar de muito mais do que já foi angariado para concretizar o potencial de transformação e o impacto durante as próximas das décadas, que o estudo da Mind the Bridge já prevê.
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