O governo norte-americano quer pôr um fim ao programa que utiliza drones para supervisionar e mapear territórios e monitorizar espécies em risco de extinção. O Departamento do Interior do Estados Unidos está a planear suspender o uso da frota de quase 1.000 drones após ter determinado que existe um risco elevado de espionagem por parte do governo chinês, avança o Financial Times.

De acordo com fontes a que o jornal teve acesso, para já, o Departamento do Interior ainda não tomou qualquer tipo de decisão final, no entanto, planeia apenas abrir exceções para emergências como incêndios. A medida já está a ser contestada por diversos membros da entidade governamental, os quais indicam que a suspensão do programa será um processo moroso e dispendioso.

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Em outubro de 2019, o Departamento do Interior suspendeu temporariamente o uso de cerca de 810 drones que tinham sido fabricados na China ou que continham componentes chineses até que fosse realizada uma análise completa aos seus riscos de segurança. Ainda em 2017, o Exército norte-americano emitiu uma diretiva que bania o uso de drones produzidos pela DJI.

A decisão já está a afetar o funcionamento de várias das unidades do Departamento do Interior, os quais se viram obrigados a cancelar operações de monitorização de vida selvagem e de queimadas controladas. Segundo um funcionário entrevistado pelo Financial Times, a utilização de drones permite reduzir drasticamente os custos, assim como riscos existentes para os colaboradores.

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O governo de Donald Trump tem vindo a tomar medidas cada vez mais estritas em relação à tecnologia vinda da China, temendo ameaças contra a segurança nacional. Para lá da quase interminável saga do bloqueio comercial a empresas chinesas com as quais não podem manter negócios, mais recentemente, os Estados Unidos limitaram a venda de software de inteligência artificial produzido internamente a países estrangeiros, tendo como objetivo evitar que a tecnologia norte-americana caia, por exemplo, nas mãos da China.