Quando a Microsoft apresentou as novas ferramentas de Inteligência Artificial para o Windows 11, uma das mais criticadas foi o Recall - que permite pesquisar em toda a atividade e documentos do computador -, sendo até visada pelos reguladores da área de proteção de dados. Ainda em junho a empresa acabou por fazer alterações, adiando o seu lançamento.

Agora a Microsoft vai avançar com a funcionalidade que foi redesenhada e fica disponível, em preview, mas para já apenas em computadores Copilot+ com arquitetura ARM e processadores Snapdragon da Qualcomm. Só em novembro o Recall vai integrar o programa Windows Insider para equipamentos Copilot+ com processadores Intel ou AMD.

"O Recall é um novo superpoder para o seu PC", explica Yusuf Mehdi, vice presidente executivo para a área de consumo, sublinhando que esta é uma funcionalidade gratuita, integrada no Windows 11, e com segurança reforçada.

Foram tomadas medidas adicionais de segurança para proteger a privacidade dos utilizadores e o executivo da Microsoft garante que a primeira é a possibilidade de optar por não utilizar o Recall, com um "opt out" que impede a gravação da atividade. Mas há mais salvaguardas, com a autenticação biométrica do Windows Hello para desbloquear o acesso ao histórico de utilização e um ícone na barra de ferramentas que mostra o que está a ser "fotografado" naquele momento.

Yusuf Mehdi explica também que a informação sensível, e dados de cartões de crédito ou passwords, assim como números de identificação que possam ser confidenciais, de saúde e finanças, não são incluídas na timeline. E as imagens são sempre guardadas de forma segura no equipamento e não armazenadas na cloud.

"O Recall foi a primeira aplicação construída nesta plataforma incrivelmente segura dos PC Copilot+", lembra Yusuf Mehdi, adiantando que em breve serão reveladas mais novidades.

O Recall, Lembrança na tradução oficial para português,  apresenta uma linha temporal que pode ser explorada, com uma pré-visualização da atividade passada no PC, mediante capturas de ecrã realizadas com intervalos de cinco segundos e armazenadas na “linha de tempo Recall”. A Microsoft explica que, “basta descrever o que se lembra e o Recall poderá ajudá-lo a recuperar tudo o que viu” no computador. Isso inclui páginas Web, imagens, documentos, mensagens de correio eletrónico, apresentações, tópicos de conversação, entre outros.

Veja algumas das funcionalidades preparadas para o Recall

Logo depois da apresentação, as críticas sobre a privacidade e falhas de segurança apontadas à funcionalidade de Recall do Copilot+, fizeram a Microsoft desligar a pré-definição do sistema. Na altura a empresa avançou que a funcionalidade iria passar a registar apenas aquilo que o utilizador pedisse, decidindo depois suspender a sua utilização para avaliar junto dos utilizadores a forma de aplicar o modelo.

Hoje a Microsoft explica que aprendeu com o comentários dos utilizadores e que está a reforçar a experiência com mais segurança, cifrando a informação recolhida, que fica sempre no PC e usando o ambiente seguro do VBS Enclave. O sistema de autenticação foi também reforçado com o Windows Hello para que apenas o utilizador tenha acesso às imagens, como é detalhado no esquema partilhado pela empresa no post publicado no blog do Windows.

Recall no Windows 11
Recall no Windows 11 créditos: Microsoft

Nas definições os utilizadores podem ainda escolher o que não é guardado pelo Recall, como algumas aplicações específicas ou sites, e também definir durante quanto tempo a informação fica guardada e qual é o espaço do disco reservado para esta "memória fotográfica". É ainda possível apagar todo o conteúdo guardado de uma determinada aplicação, ou um período de tempo.

Nota da redação: a notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 19h21