A tensão entre os Estados Unidos e a Rússia parece continuar a crescer, desta vez com o governo de Putin a ser acusado de apoiar hackers em campanhas de ataques cibernéticos a diversos computadores utilizados por agências governamentais americanas e britânicas espalhadas por diversos pontos do mundo.

Segundo o alerta, foram afetados routers de computadores, firewalls e diversos equipamentos de infraestruturas críticas, sendo a Rússia acusada de espionagem, roubo de propriedades intelectuais e outras atividades que podem originar ataques ofensivos. Os alegados ataques afetaram ainda empresas que fornecem serviços de internet, embora não haja detalhes do impacto causado.

Não é a primeira vez que a Rússia é apontada por promover ações ligadas a ciberataques. Em 2017 foi acusada de atacar a Ucrânia com o vírus NotPetya, que afetou diversos computadores espalhados pelo mundo, num elevado prejuízo para as empresas. A ministra da defesa australiana, Marise Payne, referiu que 400 empresas foram vítimas de ataques russos em 2017, embora sem prejuízo significante.

A embaixada russa em Londres emitiu um comunicado sobre as acusações, referindo que “são exemplos gravosos e infundados de uma campanha provocativa contra a Rússia”, mantendo a posição do passado, negando qualquer ataque ou suporte a ações de ciberataques.

Mais de metade das empresas não tem resposta em caso de ciberataque
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O objetivo do alerta lançado pelos Estados Unidos e Reino Unido é incentivar os alvos a protegerem-se dos ataques cibernéticos que podem continuar a ocorrer, mas também motivar as vítimas a partilhar as informações de ataques com os investigadores, para entender este perigo imergente. O porta-voz do centro de cibersegurança britânico refere que estes ataques “podem ser um pré-posicionamento para utilizar em épocas de maior tensão”, apontando para milhões de máquinas infetadas.

Existe alguma polémica em torno da troca de acusações. Por um lado, especialistas de entidades privadas no sector da cibersegurança acusam o governo americano de ser muito lento a divulgar as informações sobre os ataques cibernéticos; por outro, o rápido apontar do dedo reflete a rápida reação a ataques iminentes, mesmo na ausência de informações sobre quem foi atacado e quais os estragos aparentes…