O projeto Chrysalis venceu a competição Project Hyperion, promovida pela Initiative for Interstellar Studies (i4is), que desafiou equipas de engenheiros, arquitetos e cientistas a conceberem naves espaciais capazes de sustentar tripulações humanas durante viagens interestelares.

De acordo com a equipa que desenhou o projeto, a Chrysalis foi concebida para albergar múltiplas gerações até chegar a Alpha Centauri. A partir daí, os habitantes seriam transportados por veículos até à superfície de Proxima Centauri b, um exoplaneta com uma dimensão semelhante à da Terra e considerado potencialmente habitável.

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Para suportar uma viagem de 400 anos, a nave espacial foi projetada como uma autêntica cidade. Com cerca de 58 quilómetros de comprimento, a Chrysalis seria construída por camadas, como uma boneca russa, com uma estrutura que gira constantemente para gerar gravidade artificial e com sistemas “alimentados” por reatores de fusão nuclear.

Por entre as múltiplas camadas que compõem a nave haveria espaço para zonas residenciais e de lazer, áreas industriais e até agrícolas. No seu “coração”, além de sistemas de comunicação, encontram-se os veículos que seriam usados para a chegada até Proxima Centauri b.

A população seria mantida de forma controlada para assegurar a sustentabilidade dos recursos a bordo. Os responsáveis por governar a tripulação colaborariam com sistemas de IA, permitindo uma maior “resiliência de todo o sistema social, uma melhor transferência de conhecimento entre gerações e uma visão aprofundada das dinâmicas complexas” existentes na nave, indica a equipa.

Ainda antes de embarcarem na viagem, as primeiras gerações destinadas à Chrysalis teriam de passar entre 70 a 80 anos a viver e a adaptar-se a um ambiente isolado. Embora a construção da nave seja teoricamente possível num período de 20 a 25 anos, existem ainda muitos desafios tecnológicos a superar.