As metástases ósseas, uma condição incurável, são responsáveis pela morte através de cancro de dois a três milhões de vítimas em todo o mundo. E cerca de 5 a 10% dos novos casos de cancro diagnosticados evoluem para uma forma complexa. A monitorização da progressão do tumor durante a progressão é desafiante nos tratamentos, seja pela dor intensa ou limitações na mobilidade e a elevada dose de radiação associada aos sistemas de TAC por raios-X.

O projeto BoneScopy pretende alterar essa narrativa, procurando revolucionar o tratamento do cancro ósseo, através de uma tecnologia pioneira de monitorização diária dos tumores durante a radioterapia com partículas. O projeto, que foi financiado pela União Europeia, permite observar em tempo real, pela primeira vez, a regressão do cancro ósseo e monitorizar o conteúdo de cálcio nos tecidos, sem expor os pacientes a doses adicionais de radiação.

BoneOscopy
BoneOscopy

A nova tecnologia vai ajudar os médicos a tomar decisões informadas, assim como personalizar tratamentos, melhorar a vida dos pacientes e reduzir os efeitos secundários a longo prazo.

Para a criação do projeto juntaram-se a colaboração entre especialistas de diversas áreas, como a bioengenharia, biologia do cancro, robótica, física e cuidados clínicos, oriundos de vários países europeus, incluindo Portugal, através do LIP – Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas.

O LIP foi fundado em 1986, dedicando-se à investigação nas áreas da física experimental de partículas, astropartículas e instrumentação associada. Colabora com a ESA no desenvolvimento de tecnologias de deteção para missões espaciais, incluindo a monitorização do ambiente de radiação no espaço. Na área da computação, tem vindo a desenvolver sistemas avançados de análise de dados e processamento computacional de alta performance recorrendo também a ferramentas de Machine Learning e a Inteligência Artificial.