Tem mais de três décadas, mas continua a fazer descobertas científicas importantes que moldam a compreensão fundamental do Universo. O lendário Telescópio Espacial Hubble comemora a entrada no seu 34º aniversário e a ESA e a NASA decidiram que não havia melhor forma de assinalar a data do que uma nova imagem “de tirar o fôlego”, para reforçar um álbum fotográfico que já vai longo.  A fotogênica Nebulosa do Pequeno Haltere serviu como modelo.

Também conhecida como Messier 76, M76 ou NGC 650/651, esta nebulosa está localizada a 3.400 luz- anos de distância, na constelação circumpolar norte de Perseu.

Clique na galeria para ver a nova imagem em detalhe e outras já registadas pelo Hubble

Classificada como uma nebulosa planetária, "é uma concha em expansão de gases brilhantes que foi ejetada de uma estrela gigante vermelha moribunda, descreve a ESA.

Veja o vídeo de aproximação à M76

Recorde-se que o Hubble começou a ser construído em 1979, mas só seria enviado para o espaço a bordo do vaivém Discovery no dia 24 de abril de 1990.

Desde o seu lançamento, fez 1,6 milhões de observações de mais de 53.000 objetos astronómicos. Até ao momento, o Mikulski Archive for Space Telescopes contém 184 terabytes de dados processados, prontos a serem usados para investigação e análise por astrónomos de todo o mundo.

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As observações feitas pelo telescópio deram origem à publicação de 44.000 artigos científicos. O número inclui um recorde de 1.056 artigos publicados em 2023, com novas descobertas como a explosão de rádio rápida mais distante e poderosa já vista.

Os estudos sobre o asteroide Dimorphos, alvo de uma colisão deliberada de uma nave da NASA, em setembro de 2022 para alterar sua trajetória, continuaram com a deteção de detritos libertados pelo impacto.

O Hubble continuou igualmente a fornecer imagens espetaculares de alvos celestes, incluindo galáxias espirais, aglomerados globulares e nebulosas de formação de estrelas.

As imagens do “velhinho” telescópio também foram combinadas com observações infravermelhas do “novo” James Webb, nomeadamente para criar uma das imagens mais abrangentes do Universo de sempre, uma imagem do aglomerado de galáxias MACS 0416.

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A maioria das descobertas feitas até agora não foram previstas antes do lançamento, como os buracos negros supermassivos, as atmosferas dos exoplanetas, as lentes gravitacionais da matéria escura, a presença de energia escura e a abundância de formação de planetas entre as estrelas.

Para o futuro, a intenção é que o lendário telescópio continue a investigar nesses domínios e capitalize a sua capacidade única de luz ultravioleta para examinar aspetos como fenómenos do Sistema Solar, explosões de supernovas, a composição das atmosferas de exoplanetas e emissões dinâmicas de galáxias. Está igualmente prevista a combinação de  sinergias com o "colega" James Webb, que observa o Universo em luz infravermelha.

“Combinados, a cobertura de comprimento de onda complementar dos dois telescópios espaciais expande pesquisas inovadoras em áreas como discos protoestelares, composição de exoplanetas, supernovas incomuns, núcleos de galáxias e química do Universo distante”, sublinha a ESA.