A Agência Espacial Europeia (ESA) e o United Nations Office for Outer Space Affairs (UNOOSA) decidiram unir esforços e criaram uma série de infografias e podcasts para dar a conhecer a história dos detritos espaciais e que servem, principalmente, para explicar os riscos e ilustrar as soluções disponíveis e em desenvolvimento que poderão garantir que a exploração espacial continuará a ser sustentável.

Nos últimos anos, os detritos espaciais e os riscos que comportam transformaram-se numa questão de preocupação global que ameaça o uso contínuo do espaço próximo à Terra. O lixo espacial aumenta à medida que mais países investem na exploração espacial e, com mais objetos lançados no espaço sideral, cresce a probabilidade de colisões, limitando a possibilidade de desenvolvimento de um ambiente comercial seguro.

Num total de nove infografias, cada uma com um podcast correspondente, a nova série de recursos da ESA e do UNOOSA cobre diferentes tópicos da questão, nomeadamente a forma como os detritos espaciais são criados, como caem na Terra, as possibilidades de colisão com espaçonaves, o relato de incidentes já registados e as tecnologias para remoção e mitigação seguras existentes e em desenvolvimento.

tek infografia lixo espacial ESA e UNOOSA
créditos: ESA/UNOOSA

De publicação semanal, incluem ilustrações atraentes e fáceis de entender, factos e números para que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimentos na área da exploração espacial, possa perceber o que são os detritos espaciais e os desafios que representam.

“O espaço pode parecer vasto, mas as órbitas em redor da Terra, onde residem os satélites, são um recurso natural limitado”, sublinha Simonetta Di Pippo, diretor do UNOOSA.

Colisões acidentais, explosões e até mesmo a destruição intencional de satélites criaram milhões de fragmentos de destroços que, orbitando em alta velocidade, podem danificar ou destruir qualquer espaçonave em funcionamento que cruze seu caminho, alertam os dois organismos.

Dada a crescente dependência da tecnologia de satélites, é cada vez mais importante proteger essas áreas de órbita, que são essenciais para a humanidade, por exemplo, recolher dados para as previsões meteorológicas ou entender melhor as mudanças climáticas, bem como para serviços de acesso à internet, comunicação e localização geográfica.

"O que este 'Novo Espaço' torna possível – o acesso global à internet, telecomunicações - também ameaça, já que o crescimento rápido do lixo espacial pode aumentar drasticamente a chance de colisões”, refere a diretora da ESA Jan Wörner. “Tecnologias inovadoras, comportamento responsável e cooperação internacional importante são fundamentais para garantir o nosso futuro no espaço sustentável”.