Cerca de 2% das mil aplicações mais populares da App Store da Apple escondem esquemas desenhados para enganar os utilizadores e levá-los a pagar por software que não precisam. 

A conclusão é de uma investigação do The Washington Post, que integra neste leque apps de encontros, aplicações de VPNs, que detetam vírus nos equipamentos para sugerir a compra de software de segurança, ou uma aplicação para ler códigos QR que cobra 4,99 dólares por semana aos utilizadores, para fornecer um serviço que também está disponível nas funcionalidades da câmara do iPhone. 

A investigação do The Post também identificou um conjunto de aplicações que alegam pertencer a marcas como a Amazon ou a Samsung, para ganhar a confiança dos utilizadores, quando nada têm a ver com as marcas em questão. Identificou ainda um número considerável de aplicações que usam reviews falsas para ganharem notoriedade e destaque na loja, tornando-se mais visíveis para os clientes. 

Fazendo as contas às receitas acumuladas por estas aplicações (um exercício que o jornal fez com a ajuda da empresa de estudos de mercado Appfigures), desde que estão na App Store, as aplicações em causa faturaram 48 milhões de dólares. Quase um terço deste valor vai direitinho para a Apple, que retém 30% das receitas geradas pelas aplicações na sua loja e tem defendido que esse valor serve para manter uma política rigorosa de controlo das apps que chegam aos clientes. 

O The Post diz ainda que referenciou diretamente à Apple 18 aplicações consideradas enganadoras e que a maioria acabaram por ser já retiradas da loja. 

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A Apple entretanto comentou a informação apurada: “mantemos os programadores alinhados com padrões exigentes, para manter a App Store um local seguro e de confiança para o download de aplicações pelos nossos clientes e vamos sempre tomar medidas contra aplicações que representem uma ameaça para os utilizadores”, disse o porta-voz da Apple, Fred Sainz ao jornal. 

“A Apple lidera a indústria com práticas que colocam a segurança dos nossos clientes em primeiro lugar e vamos continuar a aprender, a fazer evoluir as nossas práticas e a investir os recursos necessários para ter a certeza que os consumidores têm disponível a melhor experiência”. 

O artigo do The Post pretende sobretudo chamar a atenção para a legitimidade dos argumentos da Apple, quando garante que a exclusividade da sua loja, para quem usa o iPhone, se deve ao forte investimento feito pela empresa na curadoria das aplicações. 

Vale a pena referir que a App Store tem 1,8 milhões de aplicações e que este tipo de problemas também acontece na loja de aplicações oficial da Google, para Android. 

A questão, no entanto, é a promessa de curadoria das apps, sublinha o jornal, que tem suportado a estratégia agressiva de partilha de receitas da empresa com os programadores e a decisão da Apple de só deixar os utilizadores tirarem partido (legalmente) de aplicações listadas na loja oficial. 

Para atestar o esforço feito nesta área, a empresa da maçã tem divulgado vários números e informações. Recentemente garantiu ter introduzido novas ferramentas para identificar reviews falsas nas aplicações e revelou que no ano passado baniu da App Store 470 mil contas de programadores.    

Recorde-se que a política da Apple para a App Store tem sido assunto quente dos últimos meses, sobretudo devido ao processo que tem corrido na justiça americana e que opõe a empresa à Epic Games, dona de títulos como o Fortnite, banido no ano passado da loja da Apple.  

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