Os devastadores incêndios ocorridos no ano passado em Portugal colocaram em causa o sistema de comunicação de emergência, SIRESP, sendo referido diversas falhas nas redes e infraestruturas da instituição. O Governo aprovou hoje a alteração ao contrato entre o Estado e a entidade para um investimento de 15.65 milhões de euros, ainda que esta atualização tenha de ser avaliada pelo Tribunal de Contas.

As várias lacunas na comunicação, que agudizaram as catástrofes como os incêndios em Pedrogão, levaram o Governo de António Costa a decidir fortalecer o sistema atual. Entre as melhorias, estão listadas a adoção de 451 estações de base de um nível de redundância por via satélite e um reforço nos geradores de emergência, no caso de falhas de energia.

Governo tem software para monitorizar SIRESP desde 2015. Mas não o usa
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Após o levantamento das responsabilidades dos incêndios, o governo lançou-se numa maratona de promessas de melhorias das condições de prevenção e combate aos incêndios. Em fevereiro, o ministro da Administração Interna já havia anunciado para março esta medida de reforço, dando um prazo para colocação de 300 antenas de satélite nas zonas prioritárias até maio. Em outubro passado foi ainda adjudicado um investimento de oito milhões de euros para a aquisição de quatro estações móveis. Foi também negociado uma ligação satélite para apoiar as comunicações de emergência, e a utilização de drones, no apoio às forças de combate aos incêndios, poderia ser uma solução possível para as falhas da SIRESP.

Durante a sessão no Parlamento, o ministro da Administração Interna referiu que durante 2017, as estações da rede do SIRESP somaram falhas acumuladas e indisponibilidade num total de 9.000 horas.