O regulador brasileiro de telecomunicações Anatel aprovou as regras para o leilão das frequências das redes 5G. O destaque vai para a permanência da Huawei na corrida para o fornecimento de equipamentos e redes de fibra ótica, avança a Reuters. Anteriormente, o governo foi pressionado pela administração de Donald Trump para impedir a presença da fabricante chinesa no processo da quinta geração móvel.

O governo ainda tem de autorizar e eventualmente ceder à vontade das empresas de telecomunicações brasileiras que insistiram em manter o mercado livre, colocando-se anteriormente ao lado da gigante chinesa. As empresas referiram que excluir a Huawei teria um custo de milhares de milhões de dólares para substituir o equipamento da fabricante chinesa, visto que detém 50% das atuais redes 3G e 4G do Brasil. Além do prejuízo monetário, a sua exclusão iria atrasar em cerca de três ou quatro anos a introdução da tecnologia.

As regras publicadas pela Anatel dão uma primeira "vitória" à vontade das telecoms, mas ainda necessitam ser aprovadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União do Brasil), local onde as operadoras esperam que o governo de Bolsonado mude a sua posição anterior. Até agora, as duas principais empresas de telecomunicações do Brasil, a Telefónica Brasil SA e a Claro, estavam a ser pressionadas para fazer a transição em cinco anos para as redes mais avançadas “stand alone” da tecnologia. Essa posição tem sido contestada pelas milhares de empresas ligadas ao sector, sobre os custos e o atraso de anos na sua conclusão.

As empresas de telecomunicações do Brasil têm ainda um grande desafio pela frente no que diz respeito à cobertura de todo o território nacional. É destacado a zona nordestina da região da Amazónia, dependendo de cabos óticos colocados nos rios, ao mesmo tempo que precisam de construir uma rede separada e segura para o governo federal.