Hoje, no 74º dia da fase principal do leilão do 5G, as licitações alcançaram os 290, 295 milhões de euros, num aumento de 760 mil euros face ao dia anterior. O valor representa a menor subida de valor desde o 42º dia da fase principal, onde foi registado um aumento de 729 ml euros.

Ao todo, a soma de ambas as fases do leilão, que inclui a fase reservada a novos entrantes, já é superior a 374 milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões, assim como o encaixe gerado pelo leilão do 4G em 2011.

Até mudarem as regras do leilão, as licitações das operadoras prometem concentrar-se na faixa dos 3,6 GHz, com pequenos aumentos de preço a rondar 1, 2 ou 3%. Hoje é possível verificar subidas em relação às propostas de 14 dos 40 lotes disponíveis.

A maioria dos lotes desta faixa já valem mais de 4 milhões de euros e, face ao preço de reserva, constata-se uma dinâmica de crescimento que leva a aumentos a rondar no máximo os 245%, ultrapassando a valorização registada no caso dos dois primeiros lotes da faixa dos 2,6 GHz.

Apesar do prolongamento do leilão e do "braço de ferro" entre operadoras e Anacom, que estão fazer com que o lançamento de serviços de 5G em Portugal se atrase ainda mais à medida que a União Europeia avança, um recente estudo da Boston Consulting Group (BCG) deu a conhecer que o investimento na implementação de redes móveis de quinta geração no país deverá atingir os 2,3 mil milhões de euros até 2027. Em termos de criação de empregos em Portugal, as previsões são de 127 mil postos.

5G: Investimento na implementação em Portugal pode ascender a 2,3 mil milhões de euros até 2027
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"Há países que relativamente ao 5G estão mais avançados porque já terminaram os seus leilões e os players já estão a fazer a implementação das redes, coisa que em Portugal não acontece", afirmou José Ferreira sócio da BCG Portugal, em declarações à Lusa.

Para o responsável, o leilão em Portugal "há de continuar porque o regulador" desenhou-o "de uma forma que potencia que demore bastante tempo", prosseguiu. No entanto, José Ferreira acredita que Portugal irá recuperar da desvantagem.

"Portugal tem uma vantagem, além de sermos um país relativamente pequeno temos um ecossistema de telecomunicações bastante dinâmico e competitivo", afirmou. "Tenho a forte convicção de que no momento em que seja possível vai haver uma partida mais acelerada no 5G" em Portugal, "temos uma infraestrutura bastante sólida", o mercado português "tem níveis de cobertura FTTH e de 4G acima da média", salientou.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 18h58)