No seu mais recente relatório de contas, a Lenovo apresentou um crescimento sustentável, ainda que tenha desacelerado no quarto trimestre do seu ano fiscal devido aos mais recentes confinamentos na China devido à COVID-19. No entanto, Yang Yuanqing, CEO da Lenovo, destacou que todos os segmentos de negócio foram lucrativos pela primeira vez desde as grandes aquisições da Motorola e o negócio IBM X86. A empresa diz que tem aproveitado as oportunidades geradas pela transformação digital das organizações, na oferta de equipamentos inteligentes, infraestruturas para centros de dados e soluções para outros cenários.

A fabricante registou um resultado líquido de 2 mil milhões de dólares, um crescimento de 72% face ao ano passado. As receitas foram de 71,6 mil milhões de dólares, um crescimento de 18% comparado ao ano anterior. Os lucros operacionais anuais aumentaram 41% para 3,1 mil milhões de dólares. Relativamente ao quarto trimestre, as receitas cresceram 7% face ao ano passado, somando 16,7 mil milhões de dólares e o lucro líquido cresceu 58% para 412 milhões de dólares.

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Nesse sentido, a Lenovo afirma que o seu crescimento tem sido sustentável, esperando duplicar o investimento em Investigação & Desenvolvimento para os próximos três anos a começar no ano fiscal 2021/22. Nas suas previsões, os modelos de trabalho híbrido vão conduzir o crescimento para serviços relacionados com workplace. Este segmento digital poderá valer 93 mil milhões de dólares em 2025, diz a empresa, afirmando que 90% dos CIO dão as boas-vindas aos modelos “as a service”. A estratégia da Lenovo assenta em três segmentos principais: serviços de suporte, serviços de gestão e serviços de soluções e projetos.

Desmultiplicando as suas divisões, a IDG (Intelligent Devices Group) que inclui os negócios do PC, tablets e smartphones, registou no quarto trimestre vendas de 14,7 mil milhões de dólares, um crescimento de 8% face ao ano passado. Os lucros operacionais foram de 1,1 mil milhões. No balanço do ano, a empresa diz que registou receitas-recorde de 62 mil milhões de dólares, num crescimento de 18% face ao período anterior.

O PC é destacado por manter-se em número 1, salientando o crescimento do segmento Yoga premium em 30%. As workstations cresceram 60%, os computadores de gaming 37%, o Think X1 31% e o ThinkBook 40%. A divisão mobile também estabeleceu recordes de receitas operacionais de 362 milhões, num crescimento de 30%. Outros equipamentos inteligentes, IoT e soluções de cenários cresceram 18%. A Lenovo diz que pretende manter a liderança no segmento de PC, investindo na inovação. Vai também expandir a oferta de smartphones, tablets e outras soluções IoT, assim como colaboração inteligente, etc.

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Na divisão SSG (Solutions & Services Group), as receitas cresceram 30%, alavancado pela procura de soluções de trabalho híbrido, cloud híbrida e sustentabilidade. Os serviços de suporte cresceram 23% de receitas face ao ano anterior, os serviços de gestão tiveram um crescimento de receitas de 63% e os serviços de projetos e soluções cresceram 28%.

Salientando o primeiro ano totalmente lucrativo da divisão ISG (Infraestructure Solutions Group), desde a aquisição da IBM x86, a empresa obteve lucros operacionais de 137 milhões, um crescimento de receitas de 13% face ao ano passado. No quarto trimestre adicionou 36 milhões de lucros operacionais, sendo lucrativo pelo segundo trimestre consecutivo; ou seja, obteve um saldo positivo de 7 milhões face ao mesmo período do ano passado, que teve perdas de 29 milhões de dólares.

O crescimento do seu negócio não impede a Lenovo de olhar para o meio-ambiente e destaca uma previsão de retirar 1 milhão de toneladas de emissões de carbono da sua linha de produção até ao ano fiscal de 2025/26. Neste período quer ainda atingir a representação feminina na empresa de 27%.