Depois de ter retirado do ar a estação de rádio Ekho Moskvy, o regulador russo das comunicações está a acusar 10 plataformas online de “desvirtuar” aquilo que a Rússia chama de uma operação de desmilitarização da Ucrânia. Em causa está a utilização do espaço de comentários para avaliação de serviços e restauração para reportar detalhes sobre as ações russas na Ucrânia. É uma forma encontrada para fazer “contrabando” de informação, passando pelo controlo que a Rússia está a fazer nos Mídias.

Em causa estão comentários em plataformas como o Google Maps e o Afisha.ru, considerado um dos mais influentes portais de lifestyle e entretenimento na Rússia. A Reuters diz que estas plataformas são difíceis de conter, uma vez que os utilizadores de internet recorrem a ferramentas online como VPNs para contornar as restrições das redes sociais.

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E são dados exemplos de comentários transformados em relatos de guerra. Uma marisqueira famosa do portal recebeu o comentário de um utilizador que acusava a Rússia de que a invasão de tropas na Ucrânia é guerra e não uma operação especial. “Os militares russos estão a matar crianças e civis”. Outra “avaliação” referia que o restaurante era bom, mas que Putin tinha estragado a experiência ao invadir a Ucrânia. “Levantem-se contra o vosso ditador, parem de matar pessoas inocentes. O vosso governo está a mentir-vos”, acrescenta o mesmo utilizador.

A agência noticiosa afirma que as identidades dos autores das mensagens nos comentários online não podem ser verificadas. Essas ações já levaram o Presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, a acusar os utilizadores estrangeiros a montar um “ataque psicológico de informação”, acrescentando que a maior parte da informação está a ser gerada por bots. O autarca disse ainda que estas ações visam a divisão do povo russo e criar uma atmosfera de caos.

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Por outro lado, outros utilizadores online russos já recomendaram utilizar a mesma estratégia para partilhar fotos da invasão da Ucrânia nos comentários dos websites populares.

De recordar que o grupo de hackers Anonymous declarou recentemente guerra cibernética à Rússia, revelando num vídeo que deixar alguns sites offline é só o começo e que hackers de todo o mundo, incluindo russos, podem expor em breve os segredos de Putin e da Rússia.