A convenção de segurança Def Con, que decorreu em Las Vegas no último fim-de-semana, organizou diferentes competições e conferências sobre segurança online. Este ano, a organização recebeu mais de 300 crianças para participarem em diversas atividades relacionadas com hacking e um dos temas foi as eleições dos Estados Unidos, promovido pela R00tz Asylum, uma organização sem fins lucrativos que promove a máxima “hacking pelo bem”.

Nesse sentido, foi disponibilizado uma réplica exata de 13 websites de suporte às eleições e do sistema de divulgação dos resultados que serão utilizados nas próximas eleições intercalares no final do ano. Sendo que uma das regras era não poder mudar o número de votos mostrado, as crianças podiam alterar a forma como os resultados eram mostrados nos sites oficiais.

tek hacking

Na competição, onde participaram 39 crianças com idades compreendidas entre os 8 e 17 anos, 35 conseguiram superar as barreiras do sistema de proteção. A mais rápida chama-se Audrey Jones, uma menina de 11 anos, que demorou apenas 10 minutos para chegar ao sistema. Em declarações à BBC, a jovem refere que os erros no código permitem fazer o que quer, como mudar o nome de uma pessoa, para parecer que ganhou as eleições.

O evento serviu para demonstrar os problemas e riscos associados ao sistema de votação nos Estados Unidos e discutir ideias de segurança. Piratas informáticos experientes foram igualmente convidados para fazer hacking a diferentes tipos de máquinas de votação, de forma a encontrar vulnerabilidades e alertar os respetivos fabricantes.

O sistema de votação norte-americano encontra-se debaixo de fogo desde as polémicas de 2016, com a eleição de Donald Trump e os casos de manipulação de agentes russos. Todas as iniciativas são bem-vindas para melhorar a segurança do sistema eleitoral americano. O orçamento debilitado de diversos Estados americanos obrigou à utilização de bases de dados com falta de segurança e máquinas de votos com software com mais de uma década, refere a BBC. Ainda recentemente o Congresso rejeitou uma adenda sugerida pelos democratas que permitiria uma injeção de 380 milhões na segurança das votações em 2019.