Não existe muito para gostar acerca das agulhas que os médicos e os enfermeiros utilizam para nos administrar medicamentos no organismo, e por isso, há uma equipa de investigadores a trabalhar numa solução alternativa que pode colocar um ponto final nesta técnica.

Um grupo de cientistas da Universidade do Texas criou um método que consiste numa agulha microscópica que se dissolve na pele, levando as soluções químicas à corrente sanguínea do paciente. O resultado é menos doloroso e pode poupar os nervos àqueles que normalmente se mostram mais receosos face a uma possível injeção.

"As microagulhas são agulhas muito pequenas que podem levar medicamentos e vacinas até ao corpo dos pacientes através da sua pele", explica Jeremiah Gassensmith, professor assistente de Química e Bioquímica. "São mesmo muito pequenas, de forma a que o contacto com o paciente não seja doloroso, o que faz delas uma alternativa desejável às tradicionais seringas. O nosso objetivo é fazê-las com materiais que se possam dissolver na pele gradualmente, para que os medicamentos sejam libertados no organismo lentamente", adiciona o docente em declarações ao portal Digital Trends.

Gassensmith informa ainda que, apesar do processo de criação destas agulhas ser complexo e dispendioso, dadas as condições necessárias para a sua construção, a equipa desenvolveu um método baseado em impressoras 3D que precisa apenas de um robot de 1.000 dólares para funcionar. "Imprimimos as agulhas, afiamo-las e carregamo-las com moléculas das substâncias que precisarmos de administrar".

Até agora as agulhas foram apenas testadas em pele de porco. Os resultados foram ao encontro das expectativas do grupo de investigadores.

"No futuro, em vez de nos deslocarmos ao centro de saúde para levar uma vacina, poderemos receber uma agulha destas no correio, remetida pelo nosso próprio médico, para que seja aplicada em casa. Uma das maiores vantagens deste sistema é que as pessoas não precisam de ser treinadas para o saberem aplicar. As microagulhas seriam ótimas para medicar pacientes em zonas onde a vacinação não é sistemática, organizada e de fácil acesso", conclui o especialista.