Muitos olham para a Boston Dynamics como uma espécie de Skynet a nascer, a fictícia empresa que criou os robots assassinos que querem destruir a humanidade, como visto nos filmes do Terminator. Mas nunca deixa de ser curioso ver os vídeos das novas experiências da empresa, sejam robots atletas que copiam os movimentos dos humanos; outros que conseguem abrir portas; mas todos eles são protótipos, pelo menos até a empresa liderada por Marc Raibert começar a fechar negócios, como recentemente foi anunciado.

Durante o Web Summit, Marc Raibert assumiu o palco do evento com a primeira frase “adoro construir robots com a minha equipa”. Começou por explicar as duas formas de inteligência: atlética e escolar. A segunda é quando os dados são utilizados para ajudar as pessoas a apanhar um voo, por exemplo. Mas a inteligência atlética permite tornar as emoções em movimentos, a capacidade das máquinas compreenderem o ambiente em redor para evitar os obstáculos ou em competição, evitar os adversários.

A empresa está dedicada em explorar esta inteligência atlética nos seus robots, dando o exemplo das cabras dos montes, que têm total noção do terreno que lhes permite manobrar e subir, mas também as pessoas, nas diferentes atividades fazem os respetivos movimentos para ultrapassar os obstáculos, como o parkour ou mesmo ginástica.

E isso aplica-se aos robots como o BigDog, onde é demonstrado como as máquinas reagem ao tipo de terreno e até a situações imprevisíveis, como serem empurrados por alguém ou escorregarem no gelo. As máquinas não têm ninguém a operar, utilizam a sua visão inteligente para ultrapassarem os obstáculos, como navegar na neve ou mesmo no asfalto.

O robot que a empresa está a vender é o Spot, mas também tem potencial o Handle e o Atlas, o seu “Lamborguini”, muito caro, mas é o que faz mais coisas. O Spot anda pelas casas, como um canídeo, sobe escadas, tem um sistema autónomo de navegação em tempo real para evitar os obstáculos. A empresa mostrou o Spot a abrir portas ou mesmo a dançar, de forma sincronizada com a música, “pois o Spot tem ambições de seguir uma carreira de dançarino”, refere divertido o seu criador.

E foi quando o pequeno e simpático robot entrou em palco, fazendo algumas exibições capazes de arrancar aplausos da plateia, ainda que para efeitos de demonstração este estava a ser controlado remotamente por um operador, invés das suas ações autónomas. O pequenote anda de lado, para trás, imitando com grande eficácia o comportamento de animais quadrupedes e até fez a dança da galinha...

De referir que o Spot tem um gancho na cabeça para abrir as portas, mas o corpo pode esticar-se para que este consiga alcançar mais longe. Mas no mundo real, e como funções comerciais, o robot foi vendido para uma empresa de petróleo e uma construtora, servindo para fazer medições do ambiente, não só em locais possivelmente perigosos para os humanos, como é igualmente uma mão-de-obra mais barata. A empresa tem diversos acessórios como sensores, câmaras e outros que podem ser produzidos por terceiros.

A empresa está ainda a trabalhar numa versão de entretenimento, colocando vários Spots numa arena a jogar futebol, com os comandos nas mãos das crianças. A Boston Dynamics fez também uma parceria com o Circle du Soleil para demonstrar como as máquinas e as pessoas podem trabalhar juntas.

Agora sobre o Handle, este robot é um pouco mais bizarro, mas pode ser utilizado para empilhar caixas, meter objetos nas paletes para enviar para os contentores para os camiões, diminuindo assim o trabalho pesado e perigoso das pessoas. O robot utiliza visão dinâmica, não só para o seu braço, mas todo o corpo.

O Atlas, a joia da coroa da empresa, é caro e necessita de uma equipa de técnicos para o manusear. Este tem um sistema hidráulico de cinco quilos e capaz de gerar 5 Kw de energia. O seu design geral é impresso em 3D, o que o torna mais leve do que obter componentes montados em separado. Tem versões de 165, 190 e 375 libras.

Em ação, o Atlas consegue correr, saltar, fazer parkour e até dar mortais e cambalhotas, fazendo o pino e outros movimentos que podem deixar muitos atletas embaraçados, tudo gerido através de machine learning e IA.

O Web Summit visto pelo SAPO TEK

O SAPO TEK está a acompanhar o Web Summit e para além das notícias de antecipação, nos próximos dias vai trazer os temas e as tendências mais relevantes. Encontramo-nos pelo Web Summit ou Night Summit?
Veja ainda a galeria de imagens que vamos recolhendo no nosso Diário do Web Summit.

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