O leilão 5G continua a arrastar-se diariamente, com licitações mínimas, num processo que começa a demonstrar um grande cansaço entre os intervenientes, regulador, operadoras de telecomunicações e Estado. Mas o seu fim está longe de se prever. Hoje cumpriu-se o 147º dia da fase principal do leilão, com as 12 rondas a somarem 710 mil euros.

Este valor faz subir o valor da fase principal para quase 347 milhões de euros, mas se somarmos o valor de novos entrantes, o encaixe potencial é de 431,2 milhões de euros, uns “pozinhos” no aumento quando comparado aos valores do dia anterior.

Veja na galeria os detalhes do dia de hoje do leilão:

Tal como tem sido hábito, as licitações estão centradas no lote J, correspondente à faixa de 3,5 Ghz, e apenas houve um aumento em 11 lotes, com uma subida de 1%, exceto o J12 que somou 2%. Este lote de 5G nativo mantém-se assim concorrido, com uma variação face ao preço de reserva acima dos 380% em todo o lote, num máximo de 387% em alguns deles.

Em mais um dia sem grande história, a rotina parece ter-se instalado e o Governo continua a demonstrar a sua impaciência perante o decurso do processo. E embora afirme que não pode interferir mandou recados a lembrar que os prazos são para cumprir.

O leilão é já um dos mais longos de que há memória, embora seja também um dos mais complexos realizados. Enquanto alguns países optaram por "fatiar" as várias faixas de espectro em concursos ou leilões separados, a Anacom optou por juntar os 52 lotes de espectro, nas faixas dos 700 MHz, 900 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz, no mesmo procedimento. É esta uma das razões que justifica a demora adicional, até porque só em 2020 ficou liberta a faixa dos 700 MHz, que antes era usada pela TDT.