Entre janeiro e março registou-se o maior crescimento de sempre - desde que o indicador começou a ser recolhido em 2010 - no número de assinantes de serviços móveis. Este crescimento, de 7,7%, aumentou em 946 mil o número de utilizadores efetivos de serviços de comunicações móveis no período. A evolução é explicada pela Anacom com a maior adesão a planos pós-pagos e híbridos, que já representam 62,9% dos acessos e que cresceram 8% nos últimos 12 meses. Os planos pré-pagos também continuam a crescer em número, depois de em 2021 terem conseguido inverter a tendência de decréscimo que se verificava desde 2021.

Os serviços móveis de acesso à internet seguem a mesma tendência de crescimento no número de utilizadores. Passaram a ser 9,2 milhões, mais 13,1% que no mesmo período do ano anterior, uma evolução que para a Anacom reflete o fim das restrições associadas à pandemia da COVID-19 e que se verifica tanto no aumento do número de utilizadores de Internet no telemóvel (12,4%), como no número de acessos móveis à Internet no PC, tablet ou router (23,2%).

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Consequentemente, o tráfego de acesso à Internet em banda larga móvel também cresceu (39,8%), a refletir a existência de mais utilizadores do serviço, mas também uma utilização mais intensiva. O tráfego médio mensal por utilizador ativo de Internet móvel aumentou 25%, face ao primeiro trimestre de 2021. Cada utilizador de banda larga móvel consumiu, em média, 6,2 GB por mês. O tráfego médio mensal gerado por PC/tablet/pen/router atingiu os 26,3 GB, revela a Anacom.

Deste tráfego, estima-se que 1,7% já seja feito sobre redes 5G, uma vez que apenas entre 3% e 6% dos utilizadores de serviços móveis e entre 3% e 9% dos utilizadores de Internet móvel já dispõem de equipamentos com 5G.

Menos minutos de voz

Por outro lado, os portugueses - e quem visita Portugal - compraram mais cartões móveis e subscreveram mais planos de comunicações entre janeiro e março, mas não falaram mais ao telemóvel do que na mesma altura do ano passado. O tráfego de voz móvel em minutos diminuiu 0,8% nos primeiros três meses do ano, face aos mesmos três meses de 2021, uma diminuição que não surpreende, tendo em conta que nos primeiros três meses de 2021, pico da pandemia, se registou o valor mais alto de sempre para esse indicador.

Os dados compilados pela Anacom mostram também que os minutos de conversação por acesso de voz móvel, nos primeiros três meses do ano, recuaram, 6,4%, para uma média de 239 por mês, e que a duração média das chamadas foi de 3 minutos e 14 segundos. Metade dos acessos móveis ativos foram comercializados em conjunto com serviços fixos. Havia em Portugal no final de março 18,8 milhões de contas móveis habilitadas para o serviço, 13,2 milhões foram usadas no período em análise.

Por operadores, a MEO mantém a liderança do mercado móvel, no que se refere ao número de acessos móveis ativos com utilização efetiva. A empresa conseguiu ficar com 40,0% do mercado, a Vodafone com 29,0% e a NOS com 27,6%. Entre os operadores mais recentes, a NOWO foi a que mais se destacou, com 1,9% dos clientes ativos. Na banda larga móvel a distância entre a MEO e a NOS estreita-se (36,6% e 30,6%) e a Vodafone passa para terceiro lugar, com uma quota de 29,2%. Em termos de tráfego de internet móvel, as posições voltam a alterar-se e são os clientes da NOS quem utiliza a rede móvel de forma mais intensiva.