A transição para as redes de quinta geração está a gerar queixas das operadoras de telecomunicações europeias, tendo apresentando os seus argumentos em Bruxelas contra as gigantes tecnológicas como o Meta, Google ou Netflix. Em causa está o pedido das empresas em participarem nos custos da rede europeia de telecomunicações, uma vez que são uma base do seu negócio.

Margrethe Vestager, vice-presidente da Europa Digital, já tinha assumido essas queixas das Telecom, referindo que muitas empresas geram bastante tráfego, que permite aumentar os seus negócios, mas que não contribuíram nos investimentos do desenvolvimento que suportam essa conetividade. Nesse sentido, avançou com um processo de inquérito para compreender como é possível chegar a um consenso, antes de uma eventual proposta legislativa sobre o assunto.

A Alphabet, dona da Google, pronunciou-se hoje, referindo que os custos partilhados das redes é uma ideia com 10 anos, sendo má para os consumidores. E que a empresa já investe atualmente milhões na infraestrutura de internet, destacou Matt Brittin, presidente de operações EMEA da Google, citado pela Reuters. Às queixas de empresas como a Orange, Telefonica, Deutsche Telekom e outras, Matt Brittin diz que essa ideia pode colocar em causa a neutralidade da net da Europa ou o acesso aberto à internet.

Gigantes tecnológicas podem ter de ajudar a pagar a fatura das redes de telecomunicações na Europa
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“Ouvimos esses argumentos há mais de 10 anos e não vemos novos dados que mudem a situação”, salienta Matt Brittin, realçando que aquilo que os operadores desejam poderia ter um impacto negativo para os consumidores, especialmente numa época de aumento de preços.

Por outro lado, defende que a Google, que detém o YouTube, fez a sua parte de tornar mais eficiente às operadoras de telecomunicações de carregarem 99% do tráfego, investimento milhões de euros para garantir isso mesmo. “Em 2021, investimos cerca de 23 mil milhões de euros em despesas de capital, grande parte em infraestrutura”, referiu à Reuters, incluindo seis grandes centros de dados na Europa, 5 cabos submarinos dos 20 globais, entre outros investimentos na rede.

As queixas dos operadores surgem depois do grupo ETNO, responsável pelo lobby de telecomunicações, ter partilhado um estudo em que aponta que empresas como a Meta, Alphabet, Apple, Amazon, Microsoft e Netflix contabilizaram cerca de 56% de todo o tráfego de dados registado durante o ano passado. As operadoras pedem uma contribuição anual de 20 mil milhões de euros a cada gigante tecnológica, para ajudar nos custos. No entanto, Margrethe Vestager não se demonstrou totalmente convencida com os argumentos das operadoras.

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