"Enquanto Autoridade Nacional de Comunicações vamos ser intransigentes quanto ao prazo a que as empresas se comprometeram para cobrir o território nacional", disse João Cadete de Matos, que falava na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito de uma audição regimental.

O presidente da entidade reguladora disse que há empresas que têm afirmado que é difícil cumprir os prazos de cobertura, o que considerou "inadmissível". Recorde-se que as três operadoras móveis que já têm infraestrutura em Portugal defendem que as metas de cobertura devem ser adiadas e que precisam de mais tempo.

Sobre a demora do leilão, Cadete de Matos disse: "A Anacom permitiu licitações entre 1% e 20%, é como se nós tivéssemos permitido que na autoestrada se andasse entre 10 quilómetros/hora ou 200 e houve operadores" que optaram por andar "em marcha lenta, sempre a 10 quilómetros por hora".

5G: Anacom diz que cobertura chega a 64% dos concelhos em Portugal. Estarreja é onde há rede mais rápida
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Portanto, "se nós soubéssemos que esse comportamento se ia verificar teríamos criado regras neste leilão, como aliás outros países têm vindo a fazer, para obrigar a que a conclusão do leilão fosse mais célere", acrescentou. O leilão teve uma duração inédita com  200 dias de licitações e 1727 rondas, e terminou em outubro, mais de 10 meses depois do arranque da fase principal, e a Anacom alterou as regras duas vezes para acelerar o processo, primeiro aumentando o número de rondas por dia e depois proibindo os incrementos de preço pela margem mínima.

"Também identificámos na altura, e quero sublinhar esse ponto, que as empresas não tinham, de facto, a ambição e a urgência em oferecer o 5G a todo o país, como aliás está à vista pelos indicadores que disponibilizámos ainda ontem [segunda-feira], em que ao fim de vários meses nós continuamos a ter um desenvolvimento em muitos dos concelhos que não estão ainda servidos", prosseguiu Cadete de Matos.

"Metade dos concelhos de Portugal ainda não tem investimentos 5G", apontou Cadete de Matos

A Anacom "vai continuar a fazer tudo ao seu alcance e vamos fazer isso até de uma forma mais intensiva, chamar a atenção das empresas, das autarquias, das universidades, hospitais, portos e aeroportos, que devem pedir às empresas" que adquiriram as licenças que desenvolvam a tecnologia 5G, rematou.

Ainda ontem a Anacom divulgou o primeiro relatório do 5G onde indica o número de estações base de 5G já instaladas, que estão presentes em 65% dos concelhos portugueses, e faz uma medição das velocidades testadas.

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