Em junho, o Banco Português de Fomento (BPF) apresentou uma candidatura a Bruxelas para a para a instalação de uma gigafábrica de IA em Sines, num projeto que ronda os 4 mil milhões de euros. O Web Summit 2025 foi o “palco” escolhido pelo BFP para uma sessão, com entidades que fazem parte do projeto, para debater o impacto de uma gigafábrica pode ter em Portugal, que oportunidades existem, mas também que desafios ainda marcam o panorama.
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Ainda ontem, Daniela Braga já tinha confirmado que a Defined.AI seria um dos membros deste consórcio, como noticiado pelo ECO que, anteriormente, já tinha avançado que entre estas entidades poderiam estar também o grupo Altice, a EDP, a Bial e até a Nvidia.
Nas palavras de Daniela Braga, o projeto da gigafábrica é como um “sonho concretizado” e poderá dar ao nosso país a oportunidade para liderar no sector da IA. No entanto, para realmente fazer a diferença, Portugal precisa de se concentrar numa área específica deste mundo, sem dispersar atenções e investimentos, defende a responsável.
Para a CEO da Defined.AI, neste momento, as atenções de grande parte do mundo da tecnologia estão centradas num pilar crucial da IA, com foco no lado da computação. É certo que o projeto apostará em áreas como modelos, mas a responsável acredita que esta deverá ser a área escolhida para fazer com que Portugal se destaque.
Pedro Amaral, do Instituto Superior Técnico (IST), destaca que Sines tem os “ingredientes” certos para dar fôlego ao projeto. “É um momento crucial para fazermos investimento”, realça, acrescentando que o IST está preparado para apoiar o desenvolvimento da gigafábrica, com talento humano qualificado.
Já Rui Lobo, da Tekever, defende que ter um hub de IA em Portugal é muito importante, não só para as ambições da empresa nesta área, mas também para outras que operam neste sector em Portugal.
Relembrando o contexto dos conflitos que ainda se fazem sentir na Europa, com a guerra na Ucrânia, bem como das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, o responsável defende que ter um investimento estratégico em IA é fundamental para reforçar a soberania tecnológica europeia.
Recorde-se que em junho, a Comissão Europeia tinha dado conta do elevado número de propostas recebidas para a criação de gigafábricas de IA. Ao todo, foram recebidas 76 respostas, de 16 Estados-membros e relacionadas com 60 localizações diferentes. A Comissão Europeia quer abrir o concurso oficial para a instalação das Gigafábricas de Inteligência Artificial no final de 2025
Segundo o executivo comunitário, as gigafábricas vão permitir o uso de soluções de computação em grande escala e a criação de hubs de armazenamento de dados que podem ser usados no desenvolvimento, treino e implementação de modelos de IA e aplicação em hiperescala, com modelos de trilliões de parâmetros.
Ainda em outubro, depois de anunciar o reforço da estratégia da Europa para IA com dois novos planos, Bruxelas avançou também com uma expansão da infraestrutura de computação dedicada a esta tecnologia, com a integração de seis AI Factories na rede europeia.
As novas “fábricas” serão instaladas na República Checa, Lituânia, Países Baixos, Roménia, Espanha e Polónia, com a rede a passar a contar com 19 AI Factories em 16 Estados-membros da UE.
Bruxelas realça que, além de apoiar o AI Continent Action Plan, anunciado em abril, e de complementar o investimento nas futuras “gigafábricas”, a expansão alinha-se com a recém-anunciada estratégia Apply AI, concebida para acelerar a adoção de IA na economia e administração pública na Europa.
(Em atualização)
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